Os experimentos científicos mais perturbadores da história da humanidade = The seven creepiest science experiments

Fazer ciência para que ou para quem?

É indiscutível que a ciência tenha sido responsável por muitos passos da evolução na humanidade, mas também foi muito cruel no decorrer da história, com experimentos capazes de levantar um verdadeiro debate em torno da ética. Levando isso em consideração, trazemos nesta matéria sete desses experimentos inacreditáveis e simplesmente assustadores, e todos realizados em pleno Século XX.

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experimentos

I) Armas Biológicas da União Soviética

O programa de guerra biológica soviética começou nos anos 1920, porque o exército percebeu, depois de uma epidemia brutal de tifo, que a doença era muito mais perigosa do que a bala. Em 1946, foi construído um complexo de pesquisa biológica do exército. Dez anos depois, armas químicas e biológicas passaram a ser utilizadas em guerras. A proposta era muito cruel porque, segundo as crenças do próprio governo soviético, os melhores agentes eram aqueles para os quais não havia nenhuma cura conhecida.

Por meio disso, eles desenvolveram o maior e mais avançado sistema de guerra biológica do mundo, armazenando centenas de toneladas de antraz e dezenas de toneladas de peste e varíola para uso contra os EUA e os aliados ocidentais. Além de experimentos com animais, cientistas testaram vírus mortais nos prisioneiros das Gulags (sistemas de campos de trabalhos forçados destinados a criminosos), gerando um número expressivo de mortes muito dolorosas. O objetivo era encontrar um produto químico insípido e inodoro que não pudesse ser detectado após a morte. Em meio a esses experimentos, as vítimas ingeriam venenos que eram dados junto com uma refeição ou bebida, como uma medicação. A pesquisa também teve um grande impacto sobre os próprios pesquisadores: vários deles morreram como resultado de seus experimentos.

No livro Biohazard: A verdadeira história arrepiante do maior programa secreto de armas biológicas do mundo contado por dentro pelo homem que o conduziu, autobiografia do cazaque Ken Alibek, vemos que o primeiro vice-chefe da Biopreparat (a agência farmacêutica responsável por desenvolver e produzir armas feitas a partir de vírus, toxinas e bactérias para a União Soviética) descreve vários experimentos que foram realizados. Dentre eles, um em que cem macacos foram enfileirados enquanto eram bombardeados com gás nocivo: “Cerca de setenta e cinco metros acima do solo, uma nuvem da cor da mostarda escura começa a se desdobrar, dissolvendo-se suavemente à medida que desliza em direção aos macacos. Os macacos puxam suas correntes e começam a chorar. Alguns enterram a cabeça entre as pernas. Alguns cobrem a boca ou o nariz, mas é tarde demais: já começaram a morrer”, conforme consta no livro.

II) Unidade 731

Não foi apenas a União Soviética que utilizou armas biológicas para abater os inimigos com muita dor. Antes disso, o Japão já tinha feito esse tipo de experimento, durante a segunda guerra sino-japonesa. O estudo dos efeitos das armas biológicas em seres humanos foram desenvolvidos em um lugar chamado Unidade 731, que foi criado pelo general japonês Shiro Ishii, com autorização do Imperador Hirohito. Para registrar os limites do corpo humano quando submetido a situações extremas que poderiam acontecer no front de batalha, os japoness contaminavam propositalmente seus prisioneiros chineses com diversas doenças. Durante o funcionamento, a tática foi responsável pela morte de milhares de pessoas.

Edward Behr trouxe em seu livro, Hirohito – por trás da lenda, relatos de pessoas que trabalharam na Unidade 731. Em um deles, Ozono, que trabalhou na emissão de documentos secretos, descreve os marutas (era assim que os japoneses chamavam os prisioneiros de guerra chineses) e os experimentos realizados: “Eram vítimas de diversas formas de pesquisas: alguns eram infectados com disenteria ou injetados com tétano; outros (alguns usando máscaras, outros não) eram levados a um lugar aberto e bombardeados com cianureto; outros ainda eram enterrados em câmaras frias, a 50 graus negativos, e congelados até a morte. Outros experimentos eram ainda mais aterradores: para controlar os limites da duração humana, prisioneiros eram obrigados a carregar pesadas mochilas do Exército e marchar em círculo no clima frio da Manchúria, com quantidades mínimas de alimento e água, até morrerem de exaustão”.

III) Os gêmeos de Auschwitz

O nazismo é um dos acontecimentos da humanidade mais associados à crueldade. Os prisioneiros eram submetidos a uma série de experimentos perturbadores, e muitos deles foram administrados pelo médico alemão Josef Mengele, que chegou a morar por alguns anos em São Paulo. Mengele foi apelidado de “Anjo da Morte”, e era fascinado pela genética humana. As cobaias favorita para os seus experimentos eram os irmãos gêmeos, que eram recebidos de maneira especial pelo médico assim que chegavam no campo de concentração em Auschwitz, na Polônia. Eles recebiam até brinquedos e acomodação isolada antes que a tortura começasse.

Mengele extraía amostras sanguíneas dos gêmeos diariamente e às vezes injetava o sangue de um irmão no outro para analisar as reações. Além disso, o médico acreditava que a população de gêmeos deveria crescer, e forçava casais de irmãs gêmeas e irmãos gêmeos a ter relações sexuais. Além disso, Mengele também costumava injetar tinta nos olhos dos gêmeos visando a alteração da pigmentação da íris, o que muitas vezes ocasionava em infecção imediata ou mesmo cegueira. Quando os gêmeos já não eram mais úteis, Mengele matava, arrancava os olhos e os expunha na parede da sala.

No entanto, um dos experimentos mais cruéis do médico constituía em injetar clorofórmio no coração de dois irmãos gêmeos, fazendo com que o sangue coagulasse e os batimentos cardíacos parassem, e então ele fazia autópsias para ver se os dois órgãos tinham reações diferentes ao produto químico.

IV) Lavagem cerebral

Entre os anos 1950 e 1960, um psiquiatra chamado Ewen Cameron se concentrava em encontrar a cura para a esquizofrenia. Ele acreditava que o cérebro do esquizofrênico era capaz de ser reprogramado por meio da imposição de novos padrões de pensamento, voltando assim a ser um cérebro saudável. No hospital psiquiátrico onde ele trabalhava, o Allan Memorial Clinic, em Montreal (Canadá), Cameron realizava diversos experimentos em pacientes, esquizofrênicos ou não.

O psiquiatra fazia com que seus pacientes usassem fones de ouvido e ouvissem mensagens repetidamente durante dias ou semanas, que batizou de “condução psíquica”, mas foi rebatizado pela imprensa de “lavagem cerebral benéfica”. Alguns pacientes chegavam com doenças que não tinham nada a ver com esquizofrenia, como ansiedade, por exemplo, mas acabavam sendo sedados pelo médico e amarrados numa cama para serem submetidos à lavagem cerebral.

Cameron chegou a chamar a atenção da CIA com seus experimentos, e passou até a ser financiado por ela, mas depois de um tempo os seus testes foram considerados como um fracasso, e a verba foi cortada. Posteriormente, o próprio psiquiatra chegou a descrever sua série de experimentos como “uma viagem de dez anos pela estrada errada”. Vale ressaltar que, no final da década de 1970, os ex-pacientes de Cameron chegaram até a processar a CIA por ter financiado o trabalho do psiquiatra.

V) O cão de duas cabeças

O cientista soviético Vladimir Demikhov foi responsável por um dos experimentos mais bizarros presenciados pela humanidade, ao criar o cachorro de duas cabeças, em 1954, em um laboratório próximo a Moscou. Demikhov enxertou a cabeça, os ombros e as patas dianteiras de um filhote no pescoço de um pastor alemão.

O experimento foi responsável por causar o choque no público, principalmente porque o cientista fez questão de apresentar seu experimento para a imprensa mundial. Um ponto do caso que chama a atenção é que, na época, a União Soviética chegou a ostentar o cachorro como prova da proeminência médica do país. A proposta do cientista soviético, afinal, era descobrir uma técnica para o transplante de coração e de pulmão em seres humanos.

Demikhov seguiu criando cães de duas cabeças ao longo de quinze anos, e todos eles morriam em pouco tempo, vítimas de consequências voltadas à rejeição de tecido. O cão de duas cabeças com maior longevidade foi um que viveu pouco mais de um mês.

VI) Decapitando ratos

Carney Landis, aluno do curso de psicologia da Universidade de Minnesota, desenvolveu um experimento em 1924 cuja proposta era perceber se os sentimentos eram representados por expressões faciais específicas. Em outras palavras, o rapaz queria saber se havia uma expressão universal para demonstrar felicidade, nojo, choque, tristeza e outros tipos de emoções.

O estudante universitário recrutou voluntários para o seu experimento, que em sua maioria eram outros alunos da Universidade de Minnesota, levou-os até um laboratório e fez riscos em suas faces visando uma observação precisa dos movimentos dos músculos faciais, posteriormente submetendo-os a estímulos que envolviam colocar a mão em um balde cheio de animais pegajosos, assistir pornografia ou mesmo cheirar amônia, e registrando suas reações por meio de fotos.

O experimento passou a ficar obscuro a partir do momento em que Landis ordenou que os voluntários decapitassem um rato que era entregue vivo, em uma bandeja. A maior parte dos voluntários apresentou resistência diante da ordem, mas alguns acabaram aceitando decapitar o roedor. Em resposta aos que negavam, o próprio Landis fazia o serviço, certificando-se de registrar a expressão facial do colega em questão enquanto decapitava o rato diante dele.

VII) Criando assassinos

Carney Landis, aluno do curso de psicologia da Universidade de Minnesota, desenvolveu um experimento em 1924 cuja proposta era perceber se os sentimentos eram representados por expressões faciais específicas. Em outras palavras, o rapaz queria saber se havia uma expressão universal para demonstrar felicidade, nojo, choque, tristeza e outros tipos de emoções.

Milgram foi responsável pela seleção de alguns voluntários para fazer parte de seu experimento. Ele disse aos voluntários, no entanto, que aquilo se tratava de um experimento para verificar o efeito da punição no aprendizado de uma pessoa. O aprendiz, em questão, era um ator. A proposta era que ele deveria memorizar uma série de palavras, que seria acompanhada pelos voluntários por meio da leitura de um gabarito. Se o ator (que, para os voluntários, tratava-se de outro voluntário, já que eles não sabiam que tudo era armado) errasse uma palavra, a ordem era que dessem uma descarga elétrica nele. A cada erro, os choques (que eram secretamente de mentira) aumentariam a voltagem.

Durante o experimento, o ator errava de propósito, e os voluntários eram obrigados a aumentar a potência do choque. Em resposta, o aprendiz começava a gritar e chorar, e até implorar que o libertassem. Se os voluntários perguntassem para os pesquisadores o que deveria ser feito, eles apenas encorajavam a continuar o experimento, uma vez que a proposta de Milgram era, justamente, saber quanto tempo aquelas pessoas levariam para recusar a dar o choque no aprendiz, e se a obediência os levaria a matar alguém.

Mesmo deparados com os gritos do aprendiz, os voluntários não recuavam, e a maior parte deles continuava a dar choques até atingir a potência máxima, levando o ator a cair e ficar em silêncio, como se ele estivesse morto. Dentre as reações dos voluntários que foram registradas por Milgram, houve tremedeira, suor e até risos histéricos, mesmo que continuassem a pressionar o botão, dando a descarga no ator. O pesquisador também fez testes com pessoas que não podiam ver e nem ouvir os gritos do ator, e todos desse tipo de experimento cooperaram sem hesitação.

A conclusão do pesquisador, depois da realização dos experimentos, foi: “Eu diria, com base em milhares de pessoas que observei durante os experimentos e na minha própria intuição, que se um sistema de campos de extermínio como os da Alemanha nazista fosse implantando nos Estados Unidos, seria possível encontrar trabalhadores e encarregados pelo seu funcionamento em qualquer cidade de médio porte do país”.

Fonte: QuoraThe GuardianBBCViceGizmodoVerywellMind

Por Nathan Vieira, https://canaltech.com.br/ciencia/os-experimentos-cientificos-mais-perturbadores-da-historia-da-humanidade-145437/

Concreto de Cannabis: das pontes romanas a um possível material do futuro

Compartilho hoje uma interessante matéria do rquiteto Urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre no Programa de Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, também na UFSC, com pesquisa relacionada ao tema da mobilidade e dispersão urbana. Interessado em projetos de requalificação urbana, transportes não-motorizados e espaços públicos, entre muitos outros assuntos.

canhamo

Muito preconceito e contradições envolvem a história da Cannabis sativa pelo mundo. Estima-se que o cânhamo tenha sido uma das primeiras plantas a serem cultivadas pela humanidade. Arqueólogos encontraram remanescentes de tecidos de cânhamo na antiga Mesopotâmia (atualmente Irã e Iraque), que remontam ao ano 8.000 aC [1]. Há registros na China, entre 6 e 4 mil a.C., quanto ao consumo das sementes e óleos. Com a chegada à Europa, seu principal uso era para a fabricação de cordas para navio e tecidos. Inclusive as velas e cordas dos navios de Cristóvão Colombo eram desse material, os primeiros livros após a revolução de Gutemberg [2] e muitas das pinturas de Rembrandt e Van Gogh foram feitas de cânhamo.

Para a construção civil, seu uso também não é novo. Uma argamassa feita de cânhamo foi descoberta em pilares de pontes construídas pelos merovíngios no século VI, onde hoje é a França. Sabe-se que os romanos adicionavam as fibras do cânhamo para reforçar as argamassas de suas construções. Hoje em dia, ainda que existam entraves legais em muitos países, a utilização do cânhamo como um material da construção civil tem tido resultados animadores, com pesquisas evidenciando suas boas características termoacústicas e sustentáveis. O cânhamo pode ser moldado como painéis fibrosos, revestimentos, chapas e até como tijolos.

É importante iniciar pontuando que cânhamo e maconha pertencem à mesma espécie (Cannabis sativa), embora sejam variedades originais de diferentes cruzamentos e seleções. A maconha possui porcentagens mais altas, de até 20%, de THC (tetra-hidrocanabinol), que é a principal substância psicoativa, localizada sobretudo na flor da planta. O cânhamo industrial, por sua vez, é cultivado por suas sementes, fibras e caule, e contém cerca de 0,3% de THC, que não é suficiente para surtir algum efeito em uma pessoa.

O cânhamo demanda pouca água para crescer e, portanto, não requer irrigação artificial, e cresce aproximadamente 50 vezes mais rápido que uma árvore. Após colhidas e cortadas, as plantas são secas por alguns dias antes de serem agrupadas e despejadas em recipientes com água, o que incha os caules. Quando secas, as fibras podem servir, entre outros usos, para a produção de papel, tecidos, cordas, embalagens biodegradáveis, biocombustível e materiais de construção. Nesse último caso, o material pode ser utilizado como um isolante termoacústico, tal qual uma lã de vidro ou rocha, ou como o concreto de cânhamo, muito chamado de hempcrete ou hemp concrete. Usando betoneiras, mistura-se o cânhamo, calcário em pó e água, para obter uma pasta espessa. Através de reações químicas entre os componentes, a mistura se petrifica e transforma-se em um bloco leve, porém bastante resistente. Para a confecção de paredes, a mistura pode ser disposta como blocos, pulverizada ou despejada em formas lineares, no mesmo método das paredes de taipa.

A inovação envolvendo o concreto de cânhamo como material de construção é sua função como um material de desempenho múltiplo, substituindo inteiramente os agregados minerais, usados em concretos convencionais, enquanto em aplicações históricas as fibras naturais eram adicionadas principalmente em quantidades escassas a concretos e argamassas, por exemplo. para evitar retrações em gesso ou tijolo de barro. [3] Quando curado, retém uma grande quantidade de ar, com uma densidade que equivale a 15% do concreto tradicional, sendo portanto um ótimo isolante térmico e acústico. Uma característica interessante é que se trata de um material ao mesmo tempo isolante térmico e com boa inércia térmica [4]. Ou seja, ainda que leve e poroso, o Hempcrete pode armazenar rapidamente energia, mas liberá-la paulatinamente, sendo uma opção interessante para climas com alta variação de temperatura entre dia e noite. Também apresenta boa resistência ao fogo, é atóxico e possui resistência natural ao mofo e insetos. Há pesquisas, inclusive, que apontam o hempcrete como um material carbono-negativo, que além de compensar o que é emitido na sua produção, chega a estocar carbono.

Para atingir suas propriedades termoacústicas, o material necessita “respirar”, isto é, ter interação entre ambiente interno e externo – isso permite que o cânhamo absorva e disperse o vapor de água (umidade), e amorteça as flutuações de temperatura. Assim, as paredes de hempcrete podem até receber revestimentos, contanto que eles permitam essas trocas.

O desempenho mecânico do concreto de cânhamo é, entretanto, bastante inferior ao concreto tradicional ou ao aço. Tem resistência a compressão de 2 MPa, quando não excede uma densidade de 1000 kg / m2, o que é comparável a tijolos de adobe, por exemplo. [3] Funciona melhor como uma vedação do que como paredes auto-portantes. Outras desvantagens em relação a alvenarias comuns é o tempo de cura, o que pode ser amenizado com o uso de tijolos. Além disso, continua sendo um produto mais caro e há pouca disponibilidade de informações e mão-de-obra para trabalhar com esta nova tecnologia.

Ainda que isso esteja mudando aos poucos, grande parte da carência de estudos técnicos sobre esse material ocorre por conta de legislações. A história mostra que, mais do que por evidências científicas, a guerra contra a cannabis foi motivada por fatores raciais, econômicos, políticos e morais. E a mesma proibição à droga muitas vezes vale às plantas que não serviriam para o uso recreativo. Aos poucos, o mundo vem reconsiderando algumas proibições e há países com legislações que permitem o cultivo de plantas de cannabis para uso medicinal e até mesmo recreativo. Atualmente o principal produtor mundial de cânhamo é a China, que cultiva mais de 70% do total mundial, mas há outros países com produções relevantes.

Pesquisas, teste e experimentações são imprescindíveis para tornar esse material tão promissor mais popular e barato para um uso massivo na construção civil. E, talvez, fazer com que uma das plantas cultivada há mais tempo pela humanidade possa se tornar um material de construção sustentável e eficiente do futuro.

Notas

[1] The People’s History. The Thistle. Volume 13, Number 2: Sept./Oct., 2000.
[2] Hemp users’ stories and its use as a medical remedy. MMedics
[3] Monika Brümmer, Mª Paz Sáez-Pérez, and Jorge Durán Suárez. Hemp Concrete: A High Performance Material for Green-Building and Retrofitting.
[4] Komsi, Jere. Thermal Properties of Hempcrete, a Case Study. Helsinki Metropolia University of Applied Sciences

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/944292/concreto-de-cannabis-das-pontes-romanas-a-um-possivel-material-do-futuro?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

Marés (e como elas são regidas)

marés

Particularmente aprendi a ouvir e respeitar o contraditório. Existe uma metodologia oriental de que, pelo menos um dos presentes em uma reunião, por mais óbvio que seja a proposta, deve votar contrariamente para que se desperte nos demais a olhar “o que ainda não esteja visível”.

Particularmente também acho que só fazemos ciência se existir o contraponto ou a observância ao contraditório.

Recentemente compartilhei no whatsapp um didático vídeo sob o efeito lunar, rotação e o efeito nas marés mas, apareceu um amigo que resolveu questionar o vídeo, mesmo que muitos tenham se manifestado favoravelmente e eu, assim, prometi que replicaria no blog o seu contraditório.

Vamos à matéria, com orgulho, por Carlos Alberto de Oliveira Torres ou, para os íntimos, Beto (*).

Na Natureza existem apenas 4 forças – as nucleares (fraca e forte), que têm importância no mundo subatômico; a eletromagnética, que domina nossas experiências do dia a dia; e, a mais fraca delas, a gravitacional, que como só tem efeito atrativo aumenta sua intensidade a medida que o objeto de estudo tem mais massa.

Ela é descrita classicamente pela lei de Newton: F=GMm /d.d (ou nos dizeres clássicos, “tudo se passa no Universo como se a matéria atraísse a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado da distância”).  E, para se determinar a órbita de um objeto em torno de outro, em primeira aproximação, se supõe que toda a massa está concentrada no centro do objeto.

É uma boa aproximação para objetos esféricos e radialmente homogêneos. Mas não descreve o que se passa em detalhe a medida que o objeto aumenta de tamanho. Nesse caso a distância entre as partes do objeto de estudo e o que exerce a força gravitacional varia de forma significativa.

Tem-se aí um efeito diferencial com a distância, o que em Cálculo significa uma derivada. A derivada de é A este efeito diferencial da gravidade se chama genericamente de maré e, como se vê, a maré depende fortemente da distância (ao cubo da distância).

Na Terra atuam principalmente dois corpos celestes, a Lua e o Sol. Embora a gravidade do Sol seja bem maior que a da Lua, devido a essa dependência forte com a distância, a maré lunar é bem mais forte que a maré solar. Além disso, como é um efeito diferencial, existe maré dos dois lados da Terra. Ou seja, o lado que dá face ao Sol ou a Lua, estando mais próximo do corpo celeste que as partes internas da Terra, é mais atraído para ele, mas a face contrária é menos atraída que as partes internas dando um efeito parecido. É como se a Terra fosse puxada pelos dois lados. Tem-se então duas marés por dia. A força da maré será tanto maior quanto a Lua e o Sol estiverem mais alinhados, o que ocorre na Lua Cheia e na Lua Nova pois as atrações se somam. Já nos quartos, os efeitos são quase perpendiculares e a maré será necessariamente menor.

Em nenhum momento está dito qualquer coisa em relação a água. De fato o que interessa é  o volume, fazendo que a massa que vai sofrer o efeito gravitacional seja grande o suficiente na direção da atração para haver um efeito diferencial importante. Então porque a maré oceânica? Simplesmente por que a água responde plasticamente mais fácil que o continente. Mas há maré continental também e não se percebe por duas razões: a primeira por que se está no continente acompanhando o movimento, mas sobretudo por que ele é bem pequeno, da ordem de centímetros.

Claro que se nota muito mais o efeito no oceano. Esse efeito não será importante se a massa de água for “pequena”. Não há marés que se note no reservatório da Hidroelétrica de Sobradinho, por exemplo (muito embora a CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco – monitore, devido ao tamanho do reservatório – um dos maiores do mundo). Não existe portanto qualquer razão para outros efeitos da Lua em volumes pequenos, como numa plantação, nos cabelos ou nas barrigas de gestantes (contudo, é bom que outras ciências estudem e desejem aqui manifestar seus argumentos).

Finalmente, não existe uma força chamada centrífuga. Ela é considerada como uma força fictícia que aparece em referenciais não inerciais. O que existe são forças centrípetas que obrigam o objeto a fazer uma curva, em lugar de ir em linha reta. Assim a força da gravidade atua de forma centrípeta na rotação da Terra. Ou seja, existem dois efeitos gravitacionais – a atração para o centro da Terra e a rotação da Terra. E o efeito eletromagnético de resistir à gravidade, os átomos não permitindo uma aproximação maior. Chama-se então de força normal.  A altura da maré vai depender da força diferencial do Sol e da Lua e da componente usada na rotação (e da viscosidade do meio, oceano ou continente). Naturalmente outros efeitos podem a ajudar ou prejudicar a maré, como os ventos. Mas isso seria um outro tema!

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(*) Carlos Alberto de Oliveira Torres é Doutor em Astrofísica pelo Observatório Nacional. Hoje aposentado pelo Laboratório Nacional de Astrofísica (MCTIC), em 2017, como Pesquisador Titular.

Fonte da imagem: http://200.144.244.96/cda/aprendendo-basico/forcas-de-mares/forcas-de-mares.htm

As aulas de física de Richard Feynman foram disponibilizadas gratuitamente = The Feynman lectures on Physics

feynman

To read in English, please go to or type: https://www.feynmanlectures.caltech.edu/

Agora, qualquer pessoa com acesso à Internet e um navegador da Web pode ler uma cópia atualizada de alta qualidade das lendárias palestras de Feynman.

Richard Feynman (1918-1988) foi um dos físicos mais importantes do século 20. Americano de Nova York, ele contribuiu especialmente para o desenvolvimento do entendimento sobre a mecânica quântica, campo da física que estuda o funcionamento do Universo em escalas minúsculas, a partir de partículas atômicas e subatômicas.

Na década de 1960, Feynman ficou famoso pelas suas aulas no Instituto de Tecnologia da Califórnia, já que conseguia explicar conceitos avançados e complexos de maneira simples aos alunos do curso de graduação em física.

As 129 aulas ministradas por Feynman na instituição foram compiladas em formato de livro em 1964, e venderam mais de 1,5 milhão de cópias apenas nos Estados Unidos.

Para democratizar o acesso ao conhecimento e popularizar ainda mais o trabalho de Feynman, o Instituto de Tecnologia da Califórnia criou uma plataforma online que disponibiliza as 129 aulas do físico de maneira gratuita, transcritas em inglês. Ela pode ser acessada por meio deste link (https://www.feynmanlectures.caltech.edu/).

No ar desde 2006, a iniciativa traz as aulas de Feynman divididas em três partes: a primeira trata da mecânica clássica, formulada principalmente pelo cientista britânico Isaac Newton. A segunda aborda os aspectos do eletromagnetismo, e a terceira apresenta os conceitos da mecânica quântica existentes na época.

Além das aulas em si, a plataforma traz as anotações de Feynman para a elaboração do conteúdo, fotos oficiais tiradas pelo Instituto e as propostas de experimentos que o físico levava aos alunos.

Volume I (52 capítulos)

https://www.feynmanlectures.caltech.edu/I_toc.html

mainly mechanics, radiation, and heat

Volume II (42 capítulos)

https://www.feynmanlectures.caltech.edu/II_toc.html

mainly electromagnetism and matter

Volume III (21 capítulos)

https://www.feynmanlectures.caltech.edu/III_toc.html

quantum mechanics

Lecture Photos 1961-62

1314 flp lecture photos

(https://www.feynmanlectures.caltech.edu/#footnote)

Lecture Photos 1962-64

1729 flp lecture photos

Feynman’s Notes

611 pages of flp lecture notes

Original Course Handouts 1961-63

744 pages of flp student handouts

Quem foi Feynman

Filho de pais judeus ortodoxos, Feynman foi incentivado desde pequeno a fazer perguntas sobre como as coisas funcionam. Essa criação fez com que ele, ainda criança, soubesse como construir e consertar sistemas elétricos complexos à época – um episódio, relatado em sua biografia, envolve a criação de um sistema de alarme residencial, quando ele ainda estava no 1º grau do ensino básico.

Aos 17 anos, Feynman entrou para o MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, para estudar matemática. Por achar que a disciplina era muito abstrata, ele se transferiu para o curso de engenharia elétrica, onde também não se sentiu confortável. Por fim, ele optou por estudar física, que considerava um meio termo entre as duas ciências anteriores.

Em 1941, graduado no MIT, Feynman foi recrutado para auxiliar no desenvolvimento de um projeto secreto financiado pelo governo dos EUA. A iniciativa resultou na criação da bomba atômica que, lançada no Japão em 1945, devastou as cidades de Hiroshima e Nagasaki, matou mais de 200 mil pessoas e marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.

No ano de 1965, Feynman ganhou o prêmio Nobel de Física ao lado de Julian Schwinger e Shin’ichiro Tomonaga, por uma pesquisa realizada em 1947, que investigava como os elétrons interagem com a luz. Esse trabalho ajudou a entender as bases da eletricidade, do magnetismo e dos raios-X.

Conhecido pelo sarcasmo e pela personalidade boêmia, o telefone de Feynman tocou na madrugada de uma noite de 1965, com um repórter dando a ele a notícia de que tinha vencido o Nobel. “Eu estava dormindo, e poderia ter descoberto isso de manhã”, foi a resposta do físico.

Feynman e a educação brasileira

Em 1949 e 1950, Feynman passou uma temporada no Brasil, dividida entre um período de descanso no Rio de Janeiro e uma série de aulas ministradas por ele no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, laboratório ligado ao atual Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

No livro “Só pode ser brincadeira, sr. Feynman!” (Intrínseca, 2019), o físico faz algumas avaliações sobre a educação brasileira.

Para Feynman, o grande problema do método de ensino adotado no Brasil estava no fato de que os alunos conseguiam decorar e recitar informações, mas não tinham muita noção do raciocínio necessário para se chegar a conclusões.

Em uma palestra que tinha a presença de oficiais do governo, Feynman propôs que a educação científica no Brasil desse aos alunos a possibilidade de se realizar experimentos e de se chegar a conclusões por meio de tentativa e erro, em vez da simples memorização de fórmulas e resultados.

O físico conta que posteriormente descobriu que sua palestra não foi recebida com entusiasmo pelos oficiais brasileiros, que viam nele um cientista ingênuo que poderia trazer problemas para os jovens.

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/12/24/As-aulas-de-f%C3%ADsica-de-Richard-Feynman-disponibilizadas-gratuitamente; e, https://www.feynmanlectures.caltech.edu/

USP libera na íntegra aulas de 27 disciplinas de graduação e pós-graduação

usp blog

Você já ouviu falar no Canal USP? É mais uma opção cheia de conteúdo para você dar aquele upgrade em seus conhecimentos.

A USP acaba de lançar um Canal no YouTube com 27 disciplinas de graduação e pós-graduação. Cada disciplina conta com uma sequência de vídeos totalizando mais de 1.000 vídeos explicativos.

Além destes vídeos, você também poderá conhecer várias atividades da Universidade como atividades em laboratório, seminários, palestras e trabalho em grupo. São mais de 1.000 vídeos de diversos assuntos para você aproveitar e conhecer mais sobre a Universidade USP.

Conheça os cursos gratuitos da USP

Acessando o Canal USP, você poderá ter acesso a 27 cursos gratuitos, alguns deles chegam a ter até 90 vídeos explicativos. Conheça os cursos!

1 – Física I para escola politécnica

Esta disciplina é ministrada por Marcelo Martinelli, traz aulas de informações quânticas, leis de Newton, forças da natureza, trabalho da energia, leis de Kepler e muito mais. Clique aqui para conhecer as aulas.

2 – Matemática financeira e introdução às finanças

Aqui você aprenderá mais com o Prof. Dr. Adriano Azevedo Filho sobre métodos de cálculo, inflação, taxa de juros, capitalização, fluxo de caixa e muito mais. Confira as aulas aqui.

3 – Economia monetária

O curso conta com mais de 75 vídeos e os mais variados assuntos como monetaristas e neoclássicos, o que é dinheiro, inflação, desemprego, crise econômica e muito mais. Ministrado pelo professor João Sayad. Clique aqui para conferir.

4 – Teoria geral do direito penal

Teoria Geral do Direito Penal I está entre as disciplinas obrigatórias do 1o período do curso de Direito da Faculdade de Direito da USP. Aqui você encontrará 19 vídeos que falam sobre os princípios das leis penais, teoria do delito, triplicidade objetiva e muito mais. Confira todos os vídeos aqui.

5 – Estudos comparados de literaturas de Língua Portuguesa I

A Profa. Fabiana Buitor Carelli fala sobre os fundamentos da literatura comparada, o escravismo colonial e muito mais. Clique aqui para conhecer as aulas.

6 – Temas e prática em relações internacionais

Uma série de palestras e seminários realizados por vários especialistas em relações internacionais. Conheça todos os vídeos aqui.

7 – Introdução à economia e macroeconomia

São 5 aulas completas ministradas pela Profa. Dra. Denise Cavallini Cyrillo, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP). Acesse os vídeos aqui.

8 – Agricultura brasileira e a economia contemporânea

São 6 vídeos de uma palestra completa que aborda as principais questões do setor de agricultura do Brasil. Confira aqui.

9 – Perspectivas da crise

O Prof. Dr. Simão Silber explana o assunto crise econômica e seus maiores efeitos sobre a economia nacional e internacional. Clique aqui para conhecer a palestra.

10 – Tópicos de ética e educação

Ao todo são 65 vídeos explicativos que abordam temas como educação e cultura, competências docentes e uma série de vídeos do curso Ética e Educação. Veja aqui os vídeos.

11 – Astronomia – Uma Visão Geral I

Uma série de videoaulas ministradas pelo Profº João Steiner, onde você poderá aprender mais sobre telescópios, espectrógrafos, radiação magnética e muito mais. Confira os vídeos.

12 – Astronomia – Uma Visão Geral II

A segunda parte das aulas do Prof. João Steiner. Uma visão mais aprofundada e conhecimentos sobre toda a galáxia, buraco negro e o universo em expansão. Confira aqui.

13 – Oceanografia

A Profª Ana Maria Vanin apresenta aulas explicativas sobre o sistema Bentônico, costão rochoso, praias arenosas e dunas e ambientes especiais do mar profundo. Se você se interessou, Clique aqui.

14 – O conflito Israel – Palestina

Ao todo são 54 vídeos explicativos do professor Peter Robert Demant, que fala sobre os principais acontecimentos do conflito entre Israel e Palestina. Veja os vídeos aqui.

15 – Introdução à bioquímica

A Profª Nadja C. de Souza Pinto apresenta uma sequência de aulas completas sobre os fundamentos da bioquímica. São 33 videoaulas, Confira todas aqui.

16 – Química geral e inorgânica básica

A Profª Dalva Lúcia A. de Faria apresenta aulas completas sobre equações químicas, reações químicas, ligações covalentes e muito mais. Se quiser aprender mais, Clique aqui.

17 – Metodologia da economia

São 36 vídeos que abordam uma introdução aprofundada sobre a Economia. Conheça aqui esta série de vídeos.

18 – Ciência política

O Profº José Álvaro Moisés fala sobre os principais pontos da Ciência Política. Ao todo são 18 vídeos. Clique aqui para conferir.

19 – História das relações internacionais I

Esta série de videoaulas são ministradas pelo professor Peter Demant. Confira as aulas aqui.

20 – História das relações internacionais II

Dando sequência às aulas do módulo 1 da História das relações internacionais, estas videoaulas são ministradas pelo professor Felipe Pereira Loureiro. Confira aqui.

21 – História do Brasil colonial I

Para quem quer saber mais sobre a História do Brasil, são 29 vídeos do módulo 1 ministrados pelo professor João Paulo Garrido Pimenta. Clique aqui para conferir.

22 – História Brasil colonial II

Esta série de cursos aborda temas como a economia na época do ouro, o reformismo e muito mais. Clique aqui para aprender mais.

23 – Tópicos de epistemologia e didática

Nesta série de videoaulas, o Professor Nilson José Machado apresenta temas como projetos e cidadania, tecnologia e educação, conhecimento e valor, e muito mais. Clique neste link para conhecer as aulas.

24 – Sistema Terra

São 26 videoaulas completas sobre o sistema do Planeta Terra. Informações sobre a ciência da terra, placas tectônicas, minerais e muito mais. Conheça aqui.

25 – História da América Independente I

A professora Gabriela Pellegrino Soares apresenta a primeira parte da aula “Apresentação do programa”, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. São o total de 44 vídeos, Confira aqui.

26 – Aulas USP | História da América Independente II

Nesta série de vídeos, você conhecerá mais sobre a revolução mexicana, indigenismo no século XX, modernismo na América Latina e muito mais. Veja aqui.

27 – Cálculo II, III e IV

Se você quer se especializar em cálculos, os professores Martha Salerno Monteiro e Cláudio Possani apresentam 3 séries de vídeos com níveis de dificuldade variados, são eles: Cálculo IICálculo III e Cálculo IV.

Lembrete: ideias e práticas que irão transformar a educação estarão na Bett Educar 2019, congresso que ocorrerá nos dias 14, 15, 16 e 17 de maio. O tema deste ano é Construindo a Educação de que o Brasil Precisa. Inscreva-se e garanta sua participação agora mesmo.

Fonte: https://canaldoensino.com.br/blog/usp-libera-na-integra-aulas-de-27-disciplinas-de-graduacao-e-pos-graduacao?fbclid=IwAR3DEQX9vk0XT8WCJ9Fct9f4yLAlL6n49odShJ1QzPGML7jmT2M7mgpKpYo

A TV Globo e a hipótese da evolução

benedito

Uns chamam de TV Bobo, outros de TV Lixo mas, na verdade, eu não quero entrar nessa seara de polarização e, muito menos, baixar o nível. A questão é que essa emissora esquece (quando quer) o seu papel de informar, faltando abrir igual espaço para o contraditório e deixar o tele-ouvinte fazer as suas conclusões. Ao invés disso, toma partido e força a população a seguir o proposto por ela (a TV) sob a influência de uma (má) formadora de opinião. 

Muito recentemente, mais uma vez e de forma recorrente (desculpe a redundância), essa emissora toma partido para se posicionar contrariamente as ações governamentais valendo-se da máxima ‘si hay gobierno, soy contra’. 

Vamos aos fatos: mal tomou posse o presidente da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, vinculada ao MEC), o renomado e capacitado professor, de um currículo invejável, de ampla formação também no exterior, para que essa TV Globo buscasse uma afirmação dele feita no passado falando sobre a importância de se ministrar nas escolas, também, a existência do mundo sob a ótica Criacionista. E por que não? Qual o problema? Por acaso existe apenas uma única corrente absoluta?

 Assim, diante do fato de se trazer à baila uma declaração feita no passado, qual não foi dessa emissora em entrevistar apenas profissionais que defendem o mundo sob a ótica da evolução. Não dando o direito ao contraditório ou, se quer, ouvir professores e pesquisadores que defendem o mundo sob a ótica da Criação, tentando ‘caricaturizar’ o Prof. Dr. Benedito Guimarães de Aguiar Neto como se um simplório ou “analfabeto acadêmico’ fosse (ele é graduado e mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba, doutor pela Technische Universität Berlin, na Alemanha, e pós-doutor pela University of Washington, nos Estados Unidos). 

Sob o meu ponto de vista, por exemplo, e digo isso em sala de aula para os meus alunos, inclusive do mestrado, de que a concepção da evolução como mostrada hoje, aos olhos metodológicos, e da ciência, não passa apenas de uma hipótese. Jamais, de longe, uma Teoria. Ora, obedecendo aos princípios regidos pelos protocolos metodológicos, somente se pode chamar de Teoria aquilo que possa, e deva, ser confirmado. Onde, para isso, não se tem, absolutamente, confirmação alguma. 

Aos meus olhos, “a ameba (um ancestral comum que derivou TODAS as espécies) que veio do espaço e caiu no mar” ou “sermos descendentes do macaco” é tão absurda quanto aos que defendem a evolução acha dos princípios da Criação. Não se trata aqui do conflito entre religião e ciência. E sim a ausência daquilo que a própria ciência exige para a confirmação de uma teoria versus o Criador “dessa ameba” que, supostamente veio do espaço. A propósito, quem criou essa “ameba’? E ela caiu de onde? 

Poderia entrar na discussão se, efetivamente, Darwin escreveu a Origem das Espécies, em 1859 ou se ele plagiou do filósofo muçulmano que vivia no Iraque, mil anos antes, conhecido como Al-Jahiz. 

Ou já imaginaram a Ciência exigindo, como prova cabal, o fóssil do ‘elo perdido’ (meio alguma coisa e metade outra coisa) como processo de transição de uma nova espécie? 

Não! Definitivamente não sou filho de um macaco e, muito menos, bisneto de uma “ameba” onde, portanto, defenderei, também, o direito de que em todos os níveis educacionais, se ensinem sobre a existência da vida no Planeta Terra sob a ótica da Criação. 

E, para que não pairem dúvidas, eu creio sim na evolução, dentro da mesma espécie. Macacos, ou qualquer outra espécie, se adaptam e evoluem, mas serão sempre macacos! 

E, que bom que, para isso, não estou sozinho… Além do manifesto público da sociedade brasileira do design inteligente (TDI BRASIL) em apoio à escolha do Dr. Benedito Guimarães de Aguiar Neto como novo presidente da CAPES (facilmente encontrado na web), transcrevo abaixo essa preciosidade. O texto abaixo é do José Mário da Silva, da Academia Paraibana de Letras, excelente reflexão sobre a perseguição da mídia ao Prof. Benedito por sua posição criacionista.

Quanto ao que pontuou acerca das reações da comunidade acadêmica e científica diante da nomeação do Professor Benedito Aguiar para a presidência CAPES, é oportuno ressaltar que ela somente ratifica a hegemonia que se pretende conferir a uma cosmo visão naturalista, ateísta, materialista, que insiste em expulsar Deus de qualquer possibilidade de ser objeto de cogitação, postura que, ao olharmos para o curso da história, nada tem de nova. Desde a Renascença, passando pelo Iluminismo, desembocando no século XIX, até chegar aos desventurados tempos do aqui e do agora, nos quais, de maneira suicida, os homens celebram a chamada era da pós-verdade, que Deus tem sido deixado de lado.

“Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos”, eis o diagnóstico dado pelo Espírito Santo por meio do apóstolo Paulo. Ainda ontem à noite, no Jornal Nacional, menina dos olhos da Rede Globo de Televisão, foi veiculada uma matéria, cujo único propósito foi questionar a nomeação de um criacionista para ocupar uma pasta tão importante, sobre cujos ombros pesa a responsabilidade de administrar a pós-graduação no âmbito da Universidade pública Brasileira. O grande pecado do novo gestor da CAPES, pecado mortal e sem o menor vestígio de remissão, é ser criacionista. Nesse círculo de intolerância dos que se auto proclamam tolerantes, não há espaço para nada que não se enclausure numa visão fria, materialista e desprovida de qualquer indício de transcendência na percepção da realidade e do universo que nos cerca. Lembro-me aqui do capítulo 59 do livro do profeta Isaías, no qual, em dado momento, se diz que a verdade foi colocada para fora da cidade. O design inteligente, hoje acolhido por renomados nomes da comunidade científica, mesmo por muitos que não professam uma confessionalidade explícita de fé é, de pronto e hostilmente, rechaçada, como se não passasse de puro charlatanismo. Enfim, estamos diante da entronização da ciência, por vezes da falsa ciência, como  o ídolo máximo do nosso tempo, para o qual, no mais das vezes, Deus não passa de um detalhe completamente insignificante, somente levado em conta por gente ignorante e portadora de intelecto inferior. Que Deus dê graça ao Prof. Benedito, pelo qual devemos orar incessantemente, a fim de que ele cumpra a contento a sua missão; e, assim fazendo, cale a boca dos contradizentes e glorifique a Deus, alvo supremo do universo.

O CAMPEÃO MUNDIAL 2020 da 13ª edição do Worcester’s Best Chef Competition: CHEF EUDEMAR

Como é bom falar de quem a gente conhece. Como é bom reconhecer e valorizar o que é nosso. Assim, gostaria de honrar e compartilhar com os leitores desse Blog a alegria de escrever sobre o amigo Eudemar e o empenho que ele teve para ser o vencedor do Worcester’s Best Chef Competition. Ademais, diga-se de passassem que, além de amigo, foi o responsável em servir a todos os convidados que foram ao nosso casamento (https://blogdoprofessorfred.wordpress.com/2019/07/08/os-meus-votos-de-casamento/).

Eudemar Cavalcanti, muito mais conhecido como chef Eudemar (@eudemarcavalcantigrastronomia), é natural do Paraná e profundo conhecedor da culinária brasileira nas suas múltiplas regiões e foi o vencedor da 13ª edição do Worcester’s Best Chef Competition, competição que reúne chefs dos melhores restaurantes do estado de Massachussets, nos Estados Unidos.

Ele representou a churrascaria Comeketo Brazilian Steakhouse, da cidade Leominster, sendo o único brasileiro entre os 18 chefs da edição de 2020. O evento foi realizado no Mechanics Hall, em Worcester (MA) neste mês de janeiro, teve como objetivo difundir e valorizar a gastronomia da região.

O brasileiro saiu vitorioso da competição na categoria escolhida pelo público com pratos da comida brasileira. Na competição, foram servidos quase mil pratos, para o público.  “Foi com muito orgulho que fomos premiados com o primeiro lugar no WBC  2020, com o  prato confit de canard ao molho de mel balsâmico e mostarda, com dadinho de tapioca ao chutney de manga e pitanga e mini pimentão recheado com suflê de castanha de caju, coco e alho-poró”.

O paranaense, que é chef executivo e consultor da churrascaria brasileira nos Estados Unidos, comenta essa conquista, como uma das principais de sua carreira, com mais de 25 anos de experiência em cozinha profissional: “É imensurável a alegria em vir para os Estados Unidos, disputar com renomados chefs do mundo todo e levarmos o caneco pra casa! Agradecemos a todos os que torceram pela gente.

Chef Eudemar Cavalcanti

Proprietário e Chef de cozinha na empresa de eventos Eudemar Cavalcanti Gastronomia, possui graduação em Tecnologia em Gastronomia  e Pós-graduação em Gestão da Gastronomia pela Universidade Positivo (Curitiba, PR).

Especializou-se em Cozinha Mediterrânea em Le Roches International School of Hotel Management (Marbella – Espanha); capacitou-se na utilização dos equipamentos Electrolux Profissional (Pordenone – Itália); conta com formação técnica em Gastronomia no Grande Hotel São Pedro (SP), Hotel Escola Senac em 1996.

O chef Eudemar Cavalcanti foi instrutor do Curso de Gastronomia do Senac (Recife – PE) de 1998 a 2003,  Chef de cozinha do Clube Curitibano/Buffet Deucher de 2006 a 2014 e, atualmente, é professor na Universidade Positivo no curso superior de Tecnologia em Gastronomia; Professor na pós-graduação de Chef de Cuisine nacional e internacional, no projeto Gastromotiva. Também, é professor na Unicesumar Curitiba no curso superior de Tecnologia em Gastronomia, Chef de Cozinha, empresário no ramo de eventos gastronômicos e consultor em Gastronomia na Cidade de Curitiba e região.

A você, meu amigo, receba essa singela homenagem. Com o abraço, respeito e carinho.

Fred e Dani

A plataforma de Oxford que traz 350 cursos gratuitos em inglês = Free online courses from University of Oxford

 

oxford

First in Portuguese and below in English

A plataforma de Oxford que traz 350 cursos gratuitos em inglês

Iniciativa surgiu em 2008, e já tem mais de 21 milhões de downloads. Acesso e reprodução são gratuitos.

A Universidade de Oxford é uma das mais tradicionais do Reino Unido e do mundo. Fundada em 1.096, a instituição já teve alunos notáveis como o físico Stephen Hawking, o escritor J.R.R. Tolkien, o ex-presidente americano Bill Clinton e o atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Até 2019, Oxford acumulava 72 prêmios Nobel, em diferentes áreas do conhecimento.

Para difundir conhecimento produzido ali, a universidade criou uma plataforma online chamada Open Education. Nela, usuários podem encontrar cerca de 350 cursos, nos formatos de vídeos e podcasts, sobre os mais diferentes temas.

Bioética, fundamentos do pensamento crítico, análise literária da obra de William Shakespeare, os preceitos básicos do desenho artístico e os mecanismos psicológicos da depressão são alguns dos temas contemplados por cursos presentes na plataforma. Todas as aulas são em inglês.

Além de oferecer os cursos aos usuários, a universidade colocou todas as aulas sob licença de Creative Commons, o que significa que elas podem ser reproduzidas e redistribuídas gratuitamente, sem a necessidade de uma permissão, apenas com o compromisso de citar a fonte original do conteúdo.

A iniciativa começou em 2008 e já conta com mais de 5.500 horas de conteúdo, que contam com a participação de mais de 3.000 acadêmicos diferentes. Ao todo, a plataforma já tem mais de 21 milhões de downloads.

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/12/02/A-plataforma-de-Oxford-que-traz-350-cursos-gratuitos-em-ingl%C3%AAs

Free online courses from University of Oxford

Oxford is the oldest university in the English-speaking world. It has been at the forefront of understanding the world – and shaping it – for centuries.

Students at Oxford enjoy studying at an internationally renowned university with a centuries-old reputation for innovation and outstanding academic achievement.

For the intensity, breadth, quality and impact of its research, Oxford has few peers in the world. Research activity extends from the study of the formation of the Universe and the development of early civilisations, to making governments work better around the world, to high performance computing and the latest breakthroughs in medical science. Oxford’s outstanding academic researchers are today developing new ways of working together, across traditional disciplinary boundaries and across continents, to meet the key challenges of a modern, globalised world. Learn more about our research and fields of study by visiting us at www.ox.ac.uk.

University of Oxford MOOCs
Browse free online courses in a variety of subjects. University of Oxford courses found below can be audited free or students can choose to receive a verified certificate for a small fee. Select a course to learn more.

Online courses offer students the flexibility of studying from anywhere and at any time over the Internet.

The University’s Department for Continuing Education offers over 90 online and distance learning courses across a wide range of subjects; some courses lead to University qualifications.

For more information on available courses, how to apply, resources and an online short course demonstration, visit Online Learning on the Department for Continuing Education website.

Choose from:

  • short online courses
  • longer online courses
  • professional online courses

Please see: www.conted.ox.ac.uk/about/online-courses.

Fonte: https://www.edx.org/school/oxfordx; and, http://www.ox.ac.uk/admissions/continuing-education/online-and-distance-courses

O Brasileiríssimo Pesquisador Polonês PIOTR TRYJANOWSKI

polones

“Apesar dos muitos problemas, eu sou otimista em relação à preservação da natureza – e precisamos projetar as cidades para incrementarem seu suporte à Biodiversidade.”

Que alegria abrir a matéria do Blog de 2020 (UM FELIZ 2020 PARA TODOS) reproduzindo a matéria que foi publicada na Revista Terr@ Plural (https://www.revistas2.uepg.br/index.php/tp), da UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa (https://www.uepg.br/) sobre esse fantástico pesquisador polonês, muito mais brasileiro do que possa se imaginar, do qual eu tenho a honra de conhece-lo pessoalmente. Essa mesma matéria foi publicada na Polônia e quem desejar ler no original acesse: https://www.cenyrolnicze.pl/wiadomosci/agroekosystem-one-health-wspolne-zdrowie/18082-wywiad-z-profesorem-piotrem-tryjanowskim-na-miasto-patrze-z-innej-strony
O Professor Dr. Piotr Tryjanowski é diretor do Instituto de Zoologia da Universidade de Ciências da Vida de Poznań na Polônia desde 2009. Ele se formou em biologia ambiental na Universidade Adam Mickiewicz (Poznan, Polônia) e suas pesquisas têm um amplo alcance geográfico, que inclui o Brasil. Seus interesses científicos são igualmente amplos e abarcam ecologia comportamental, impacto climático, aves em paisagens rurais e ecologia urbana. O Dr. Tryjanowski tem se dedicado a estudar como a urbanização afeta a fenologia das aves, quais são os impactos das infraestruturas urbanas e industriais (como postes de eletricidade, avenidas e edifícios) sobre pássaros e outros animais; e quais são as influências das mudanças climáticas sobre aves. Ele publicou mais de 250 artigos científicos, que foram citados mais de 12.000 vezes. Em novembro de 2019 o Professor Piotr Tryjanowski foi agraciado com o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Tcheca de Ciências da Vida, em Praga. Email: piotr.tryjanowski@gmail.com
Terr@ Plural: De onde veio o seu interesse pela ecologia urbana? Quando você decidiu que essa é uma questão importante e que vale a pena examiná-la mais de perto?
Isso é simplesmente uma consequência dos interesses naturais desenvolvidos por
uma criança, digamos, desde o início do ensino fundamental. A natureza é simplesmente fascinante. Eu cresci no campo, mas me relacionava com a cidade, desfrutava-a, ia às
compras com meus pais, e é claro, comprava muitos livros! Mais tarde eu frequentei uma
universidade cujo campus, evidentemente, estava em uma cidade. Estudar os ecossistemas urbanos é complexo, mas tem uma vantagem: a cidade está próxima, ela é seu lar! Então os custos envolvidos na pesquisa são muito menores. Seria difícil não aproveitar essa oportunidade. No entanto, as paisagens que primeiramente me fascinaram – e eu admito, seguem me fascinando muito – eram paisagens agrícolas, a natureza que elas suportam. Zonas rurais e cidades são criadas com a mão (e eu gostaria acrescentar, também com a mente) do homem. São ecossistemas diferentes, com intensidade e propósitos diferentes. Mas meus anos no campo me permitem observar a ecologia das cidades com um certo distanciamento.
Terr@ Plural: Os pássaros ocupam um lugar especial no seu trabalho científico. Por quê? Esse grupo de animais é particularmente importante para os seres humanos?
Claro, eles são importantes para as pessoas. Do ponto de vista econômico, há espécies
que são pragas agrícolas, mas os pássaros também são aliados na luta contra insetos ou
roedores. Eu tenho um interesse especial sobre a influência cultural dos pássaros. Muitas
espécies são conhecidas por quase todos, pardais e corvos são exemplos disso, pelo menos no contexto europeu. As aves são grandes bioindicadores do estado do meio ambiente e há vários bons estudos que usam aves como indicadoras de poluição, como por exemplo o projeto desenvolvido pelo Mestrado em Geografia da UFMT em Rondonópolis, publicado na revista Urban Geograph. No entanto, não foi por isso que eu me interessei por eles, ou melhor dito, não apenas por isso. Inicialmente eu escolhi pesquisar paisagens agrícolas por razões muito pragmáticas. Havia campos aráveis
em torno da casa da minha família, e eu gosto do espaço aberto. Na floresta me sinto claustrofóbico. Depois de anos, descobriu-se que um grupo de aves agrícolas, praticamente em todo o mundo, está sofrendo uma redução populacional drástica, o que atraiu bastante atenção para as minhas pesquisas com aves em zonas rurais. O contraste são os ecossistemas urbanos – um ambiente bastante favorável para muitas espécies de aves (mas não para todas!).Temos um novo confronto entre Davi e Golias? Enfim, vale a pena olhar não apenas o perdedor, mas também o vencedor. E muitos pássaros triunfam nas cidades.
Terr@ Plural: Bem, e você tem outros interesses, além dos pássaros?
Sim, é claro, eu tenho muitos outros interesses, científicos e culturais. Profissionalmente,
eu estou interessado em todo o espectro da ecologia e da conservação da natureza. Antes
de tudo, eu sempre me pergunto por que a conservação da natureza é tão ineficaz? Eu

desenvolvo muitas ações na imprensa, nas escolas, tenho muitas reuniões com autoridades municipais e políticos das altas esferas. Algumas perguntas não saem da minha mente. Nossa luta pela conservação da natureza é um exercício vão? Nós, naturalistas estamos cometendo erros elementares? Nós temos muito espaço na sociedade para falar o quão fascinante é a natureza, mas ocupar esses espaços é efetivo, se não tivermos nada prático para mostrar? Filósofos que disseminam uma visão catastrofista são realmente o caminho para o sucesso da conservação das espécies? Essas perguntas me incomodam e é fácil ver que elas têm uma relação com as ciências humanas. Bem, sobre meus outros interesses: eu recomendo aos leitores da Terr@ Plural que visitem a região da Zaolzie (áreas fascinantes situadas na fronteira da Polônia moderna e na República Tcheca, na Europa Central). Além disso, gosto de ouvir canto gregoriano e beber um bom vinho. Eu também me dedico a formar uma rede de links – intelectuais, informativos e científicos – entre as áreas urbanas e rurais.

Terr@ Plural: Compreender os ecossistemas urbanos demanda um esforço hercúleo e conjunto de geógrafos, especialistas em planejamento espacial, de gestores e naturalistas…
… Eu acrescentaria arquitetos, sociólogos, psicólogos e até filósofos a isso. É graças a alguma reflexão holística que somos capazes de entender os processos urbanos. Claro,
também é importante olhar para a economia. Lembro-me que uma das primeiras definições de ecologia era chamá-la de economia da natureza. Eu acho que seria uma boa ideiavoltar a esse olhar.
Terr@ Plural: Nós entrevistamos alguns cientistas para a Terr@ Plural, cuja visão sobre a urbanização global é em certa medida pessimista. Você é um pessimista?
Não necessariamente! Há muitas coisas ruins acontecendo: consumismo, falta de
regras, relutância em conhecer a natureza, uma disparidade flagrante entre declarações
e atos… a lista é imensa. Mas eu analiso os fatos, conceitos e dados – eles me interessam,
não dogmas, nem visões apocalípticas. E se olharmos desapaixonadamente para os fatos,
há boas novas. Muitas espécies estão indo muito bem, e globalmente há sinais positivos
na qualidade das águas e inclusive no nível de esverdeamento do planeta. Precisamos
mostrar a complexidade dos fenômenos, sem entrar em um cenário trágico erigido sobre
emoções negativas.
Terr@ Plural: Em seu livro ‘Straw Dogs: Thoughts on Humans and Other Animals’, o
filósofo britânico John N. Gray, citando os cientistas Edward O. Wilson e James Lovelock, afirma que “o acaso que levou a espécie humana ao seu poder atual tem implicado na ruína de inúmeras outras formas de vida”. Gray, e nós, os entrevistadores, somos pessimistas sobre o futuro da espécie humana. Além disso, como John Gray e James Lovelock, acreditamos que o lema ambientalista de “salvar o planeta” é incrivelmente arrogante e tolo. A Biosfera se regenerará em uma infinidade de criaturas, como aconteceu em outros episódios de extinção maciça. Em resumo, as espécies não precisam de nós, mas nós precisamos delas. Como você se posiciona em relação ao futuro do Homo sapiens?
Eu reafirmo meu otimismo moderado, que exprimi na pergunta anterior. Não devemos soçobrar em pessimismo excessivo. Afinal, as possibilidades são muitas, a Terra não é pequena e, potencialmente, podemos colonizar o Universo. Eu sei que para muitos isso
soará como uma heresia, mas, em minha opinião, não vale a pena nos encerrarmos numa bolha de vidro. Eu também posso dizê-lo em clave filosófica: havemos de sobreviver, e se falharmos, não haverá ninguém que perceba que não estávamos certos.
Terr@ Plural: Na Europa, existem bons exemplos de uma arquitetura projetada para aumentar o apoio dos ecossistemas urbanos à biodiversidade. Por exemplo, existem poleiros artificiais de morcegos no exterior do prédio do Instituto Leibniz de Pesquisa em Zoologia e Vida Silvestre, em Berlim. O morcego Nyctalus noctula usa esses poleiros durante o outono. Você poderia citar outros exemplos de arquitetura permeável à biodiversidade na Europa e na Polônia?
Existem muitos exemplos como este. No entanto, a arquitetura moderna, estéril e cheia de vidro, não é tão amiga da natureza quanto a mais antiga. Especialmente interessantes foram os castelos medievais, onde a urbanização europeia começou. E os exemplos atuais de corvos ou aves de rapina que residem nas ruínas são uma referência à sua antiga glória. Pessoalmente, acredito que a arquitetura pode e deve ser amiga da natureza. Novas tendências já são visíveis, tanto na Europa como na Austrália ou na América do Norte. É tempo de delegar essa tarefa fundamental aos arquitetos e compartilhar com eles conhecimentos sobre a ecologia das cidades e sobre a biodiversidade urbana com eles.
Terr@ Plural: Seu livro mais recente, publicado em polonês (“Wino i Ptaki”, Editora
Lanius) em breve ganhará uma versão em português. A versão brasileira de “Vinhos e Pássaros” terá coautoria dos biólogos Fabio Angeoletto e Isabela Negri, e do geógrafo Jeater Santos. Vinhos e pássaros: uma ótima combinação, não é? Sobre o que é esse livro?
In vino veritas! Neste antigo provérbio latino, há mais do que supomos. É também uma referência aos doces frutos da videira, ao trabalho do vinhateiro, ao ecossistema do vinhedo. Então, como vocês enfatizam, é uma excelente combinação de muitos fatores. O
vinho, de fato, ajuda na contemplação da natureza, dos campos, e das cidades também.

Bolsas para estudar na Holanda recebem inscrições. O programa Orange Tulip Scholarship (OTS) é oportunidade exclusiva para brasileiros

holanda

Estão abertas as inscrições para bolsas para estudar na Holanda do Nuffic Neso Brazil. O programa Orange Tulip Scholarship oferece mais de 80 oportunidades de bolsas para brasileiros em 2020 em 20 universidades. Serão oferecidas bolsas de estudos integrais e ajuda de custo em dinheiro que chegam ao total de até 50 mil Euros.  As ofertas são para cursos de graduaçãopós-graduaçãoMBA e Short Degree (onde só o último ano do bacharelado é feito no exterior). A data para as inscrições nas universidades variam de 1 de fevereiro até 1 de maio.

bolsas na Holanda

Existem opções em todos os campos de estudo. A maior parte é para cursos de pós-graduação e as áreas com maior oferta de bolsas são: AdministraçãoArtesComunicação SocialFinançasSaúde, Ciências Humanas e governamentais.

As bolsas de estudos são oferecidas para cursos totalmente ministrados em inglês. Existem opções que financiam 100% do valor do curso ou oferecem descontos na anuidade. Muitas universidades oferecem também auxílio financeiro para cobrir todos os custos relacionados ao estudo (Tuition fee e living costs). Os valores variam de acordo com a instituição e podem chegar até 50 mil euros.

Requisitos para concorrer a bolsas para estudar na Holanda

O OTS privilegia a excelência acadêmica, que será avaliada com base nas notas obtidas na universidade ou no ensino médio. É fundamental que os candidatos apresentem diploma, histórico escolar (em inglês), currículo e certificado de proficiência na língua inglesa. Como a data final para a inscrição é só no ano que vem, não dá pra reclamar de não dá tempo para conseguir tudo.  Além disso, para poder concorrer, os candidatos devem ter apenas cidadania brasileira quem tem dupla cidadania, assim como quem já estiver trabalhando ou estudando na Holanda atualmente, não pode concorrer.

Documentos necessários para bolsas para estudar na Holanda

Como as bolsas para estudar na Holanda são para várias universidades diferentes, os documentos exigidos podem variar. Porém alguns deles são básicos e você deve ter em mente que vai precisar se quiser concorrer a bolsas para estudar na Holanda. confira a lista:

  •  Cópia autenticada do diploma(s) original anterior e tradução juramentada do documento para a língua inglesa (em caso de candidatura para bacharelado, apresentar diploma de ensino médio é necessário). Caso você ainda não tenha o diploma de graduação em mãos, é suficiente enviar uma carta da universidade brasileira (em inglês) comprovando que está em processos de conclusão dos estudos.
  • Cópia autenticada do histórico(s) escolar original e tradução juramentada do documento para a língua inglesa
  • Exame de proficiência, apresentando pontuação obtida: TOEFL iBT ou IELTS (acadêmico). A pontuação mínima necessária varia e a necessidade de certificado original também
  • Currículo recente em inglês
  • Carta de motivação em inglês
  • Cartas de recomendação  (cada bolsa requer um número específico de cartas)
  • Cópia autenticada do passaporte (apenas página com dados pessoais: nome, data e local de nascimento, e data de validade).
  • Como é a seleção das bolsas para estudar na Holanda do OTS

    O interessado em concorrer para a OTS precisa iniciar seu processo de inscrição na universidade  holandesa e preencher o formulário disponibilizado no site do Nuffic Neso Brazil até 1 de abril. Não há limite de idade e é possível se candidatar para até quatro universidades. Siga estes passos para se inscrever:

    • Procure pelo programa de estudos de seu interesse dentre as participantes do OTS
    • Leia atentamente sobre a bolsa de seu interesse e os requisitos de admissão da universidade de sua escolha
    • Inicie o processo de admissão diretamente com a instituição de seu interesse. Siga as instruções de candidatura  no site da universidade e envie diretamente à instituição os documentos necessários. Em caso de dúvida neste passo, entre em contato direto com a universidade escolhida.
    • Espere a confirmação por parte da instituição holandesa, que irá revisar seu pedido de admissão. Você deverá receber um documento que comprove a sua admissão ou o início do pedido de admissão. Isso pode demorar de algumas semanas até alguns meses, então não deixe para a última hora.
    •  Preencha o formulário da OTS (na inscrição é fundamental anexar o comprovante de candidatura junto a cada uma das universidades) Você pode comprovar que está em processo de admissão apresentando alguns dos documentos abaixo: carta de aceite condicional. e-mail da (s) universidade(s) confirmando o recebimento da candidatura, comprovante de envio pelo correio da candidatura.
    • Uma confirmação de inscrição será enviada para seu email. Não deixe de verificar também sua caixa de spam.

    O resultado final da seleção será divulgado em junho e aulas terão início em setembro de 2020. Em caso de dúvidas, entre em contato pelo contato ots@nesobrazil.org.

    Dica importante para quem vai tentar OTS

    Se você vai tentar o edital de bolsas para estudar na Holanda do OTS, é importante ficar atento porque a maioria das universidades holandesas cobra taxa de inscrição. As taxas variam de 50 a 100 euros. Por isso, é importante escolher com cuidado quais as universidades pra onde você quer se candidatar para não gastar dinheiro em vão. Uma dica para economizar nas taxas de pagamento de universidades no exterior é usar nosso parceiro  que 15% de desconto no spread de transações em moeda estrangeira para os leitores: só usar o código partiuintercambio no site para garantir o benefício! O site e o atendimento todo são feitos em português e essa é das poucas plataformas quem autorizam transferências para pessoas jurídicas e estabelecimentos comerciais. Assim, você pode pagar a matrícula do seu curso fazendo uma boa economia. No lugar de pagar os 12% que seu banco cobra, com os nossos parceiros você paga só 1,3% de taxa sobre a operação e ainda tem o desconto de 15% sobre a taxa ao usar o código partiuintercambio no site.

    Veja o edital das bolsas OTS na Holanda
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    Todas as bolsas abertas

    Fonte: https://partiuintercambio.org/bolsas-de-estudo/bolsas-para-estudar-na-holanda-ots/?amp#aoh=15772031490945&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&_tf=Fonte%3A%20%251%24s