Lembro-me de quando o Brasil divulgou o seu recorde histórico de produção de grãos, passando a casa de 100 milhões de toneladas. Isso foi na safra 2000/2001. Hoje, compartilho essa informação divulgada pela CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Ou seja, 17 anos e o Brasil mais do que dobra a sua produção de grãos.
Na verdade, na qualidade de Engenheiro Agrônomo, nutro um grande carinho e respeito pela CONAB, empresa criada pela fusão da CFP, Cibrazem e Cobal, nos anos de 1990. Acompanhei “de casa” essa mudança pois o meu pai, Milton Gomes da Silva, era um renomado profissional da CFP que migrou para a CONAB. Aposentado e falecido, ainda hoje é lembrado pelo muito que fez na Política de Preços Mínimos dentre várias outras atividades agrárias nesse país.
A safra 2016/17 de grãos deve chegar a 227,9 milhões de toneladas, com um aumento de 22,1% ou 41,3 milhões de toneladas frente às 186,6 milhões de t da safra passada. A previsão está no 7º Levantamento da safra atual, divulgado nesta terça-feira (11/04) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Aumento de área e produtividade – A elevação comparada à safra 2015/2016 se deve ao aumento de área e às boas produtividades médias da atual safra, que não sofre a influência das más condições climáticas do ano passado. A previsão é de aumento de 3% na área total em relação à safra anterior, podendo chegar a 60,1 milhões de hectares. Estão incluídas neste prognóstico as culturas de segunda e terceira safras.
Soja – Para a soja, a expectativa é de um crescimento de 15,4% na produção, devendo atingir 110,2 milhões de toneladas, com aumento de 14,7 milhões de t em relação à safra anterior e ampliação de 1,4% na área, que deve chegar a 33,7 milhões de hectares.
Milho – No caso do milho total, deve alcançar 91,5 milhões de toneladas (37,5% de crescimento), com 29,9 milhões de toneladas para a primeira safra e 61,6 milhões para a segunda. A área total do milho deve alcançar 17,1 milhões de hectares (ampliação de 7,3%). No total, milho e soja representam quase 90% dos grãos produzidos no país.
Feijão primeira safra – O feijão primeira safra deve chegar a uma produção de 1,38 milhão de toneladas, resultado 33,4% superior ao estudo de 2015/2016. O feijão segunda safra deve produzir 1,22 milhão de toneladas, sendo 607,1 mil do grão em cores, 216,1 mil do preto e 393,6 mil do feijão caupi. A produção de feijão total pode chegar a 3,29 milhões de toneladas, com área total de 3,1 milhões de hectares. Já o algodão pluma deve crescer 14,3% e chegar a 1,47 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 2,6% na área cultivada.
Cadeia agroindustrial – O estudo atual traz também informações sobre a produção regional desta cultura e a preferência do brasileiro para alguns tipos mais presentes na sua mesa: feijão comum cores (com destaque para o carioca), comum preto e feijão caupi. O primeiro, de maior consumo no país, tem cerca de 80% de sua produção cultivada nos estados da Região Centro-Sul. Já o comum preto, de consumo em alguns estados, é produzido basicamente no Sul do país, enquanto que o caupi, de consumo tipicamente nordestino, tem produção de 60% em alguns estados do Nordeste.
Fonte (para texto em itálico): http://www.conab.gov.br/imprensa-noticia.php?id=43612