APENAS UM DESABAFO: Pode dormir em paz, menina de uma menina.

tarja preta

Eu, Frederico, costumo brincar junto com a minha esposa que, entre meus, delas e nossos, somos pais de 8 filhos. Temos uma turminha boa para cuidar e monitorar. A pauta filho está sempre presente nas nossas conversas diárias.

Eu, Frederico, vivi ontem o quanto a esposa ficou transtornada, pela forma sumária de como o problema “da criança da criança” foi resolvido. Assim, pedi para que ela ocupasse o espaço de hoje desse blog.

Deixe ela, Dani, falar por ela, falar por nós, falar por (quase) todos.

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Estou aqui, em frente à essa tela branca, há uns 30 minutos …

Já pensei em não escrever, afinal o desfecho esperado já ocorreu, o bandido, o assassino, o monstro, o estuprador, já está preso!

Então, eu já posso dormir em paz, você também já pode deitar sua cabeça no travesseiro tranquilamente, afinal, o tio animal foi preso!!!!!

Afinal, só há um tio animal na nossa sociedade!!

Afinal, só uma menina de 10 anos foi violentada, molestada, estuprada por 4 anos pelo seu tio animal…

Ainda me sinto impactada com essa notícia… não, não sou de mimimi, não é qualquer coisa que me comove, mas, ontem tudo isso mexeu comigo…

Ontem duas crianças morreram. Mataram duas crianças. Uma que continuará sua sobrevivência, tentando reconstruir o impossível e outra morta, porque era a “consequência” de uma monstruosidade.

Tantas perguntas e questionamentos me veem a mente…

A gravidez deveria ter sido interrompida, é um fato, é lei, é uma questão de preservar a vida da criança de 10 anos. Mas esperar 6 meses para isso??? ou cumprir a lei depois desse sexto mes?

Seis meses Senhores membros do Conselho Tutelar????? Tão ativo e voraz, para não deixar crianças catarem no coro de Natal de Curitiba, por exemplo, por acharem que é muita exposição!!

Hipócritas!!!!

Esse bebê de seis meses (idade gestacional) não poderia ser retirado e seguir para a adoção???

Esse bebê não poderia ser retirado e ter o direito de ir para outra casa, ele (nesse caso, ela), pelo menos ter uma vida decente?

Não sabemos se ele sobreviveria… não, não saberemos nunca…

O bebê pagou o preço da doença do tio? Da irresponsabilidade de quem cuidava da menina de 10 anos??? Da negligência do estado?? Da autoridade de semideus do médico??

Todos agora podemos dormir?

Porque não haverá mais meninas de 10 anos sendo estupradas pelos familiares, não teremos mais bebês mortos aos 6 meses de gestação.

Eu sempre digo e aqui repito: a hipocrisia reina!

Ontem o inferno comemorou! O mal venceu de todas as formas e a escuridão cobriu toda a Terra.

Mulheres batendo palmas para a aborto, mulheres adultas, que dão conta das suas vidas, dos seus corpos, que podem e devem fazer o que quiserem (eu disse que eu não era de mimimi) com suas vidas, façam quantos abortos quiserem, onde quiserem e arquem física, emocional e espiritualmente com isso…

Mas, daí vem a mídia… ahaa a mídia e nos alivia dizendo que isso acontece toda semana, que isso é comum, é normal….

Normal?

Então, eu posso ficar tranquila e não me apavorar, porque semana que vem outra menina estará passando por isso, outro bebe de 6 meses estará sendo morto… e a vida segue?

Porque é assim mesmo…. Porque não se tem o que fazer…

Por que não há uma alternativa menos dolorosa, pelo menos para uma das partes?

Por que silenciosamente não salvaram o bebê?

Porque silenciosamente não vale, porque silenciosamente não conta, porque o ser humano precisa sempre do aplauso, precisa aparecer, ser a vítima ou a estrela de alguma coisa. Por que não pode ser silencioso e fazer o bem?

Simples assim.

Ontem o céu chorou, chorou por nós, tão longe da grandiosidade de quem nos fez.

Os experimentos científicos mais perturbadores da história da humanidade = The seven creepiest science experiments

Fazer ciência para que ou para quem?

É indiscutível que a ciência tenha sido responsável por muitos passos da evolução na humanidade, mas também foi muito cruel no decorrer da história, com experimentos capazes de levantar um verdadeiro debate em torno da ética. Levando isso em consideração, trazemos nesta matéria sete desses experimentos inacreditáveis e simplesmente assustadores, e todos realizados em pleno Século XX.

To read in English, please type https://www.sciencemag.org/news/2014/10/seven-creepiest-science-experiments

experimentos

I) Armas Biológicas da União Soviética

O programa de guerra biológica soviética começou nos anos 1920, porque o exército percebeu, depois de uma epidemia brutal de tifo, que a doença era muito mais perigosa do que a bala. Em 1946, foi construído um complexo de pesquisa biológica do exército. Dez anos depois, armas químicas e biológicas passaram a ser utilizadas em guerras. A proposta era muito cruel porque, segundo as crenças do próprio governo soviético, os melhores agentes eram aqueles para os quais não havia nenhuma cura conhecida.

Por meio disso, eles desenvolveram o maior e mais avançado sistema de guerra biológica do mundo, armazenando centenas de toneladas de antraz e dezenas de toneladas de peste e varíola para uso contra os EUA e os aliados ocidentais. Além de experimentos com animais, cientistas testaram vírus mortais nos prisioneiros das Gulags (sistemas de campos de trabalhos forçados destinados a criminosos), gerando um número expressivo de mortes muito dolorosas. O objetivo era encontrar um produto químico insípido e inodoro que não pudesse ser detectado após a morte. Em meio a esses experimentos, as vítimas ingeriam venenos que eram dados junto com uma refeição ou bebida, como uma medicação. A pesquisa também teve um grande impacto sobre os próprios pesquisadores: vários deles morreram como resultado de seus experimentos.

No livro Biohazard: A verdadeira história arrepiante do maior programa secreto de armas biológicas do mundo contado por dentro pelo homem que o conduziu, autobiografia do cazaque Ken Alibek, vemos que o primeiro vice-chefe da Biopreparat (a agência farmacêutica responsável por desenvolver e produzir armas feitas a partir de vírus, toxinas e bactérias para a União Soviética) descreve vários experimentos que foram realizados. Dentre eles, um em que cem macacos foram enfileirados enquanto eram bombardeados com gás nocivo: “Cerca de setenta e cinco metros acima do solo, uma nuvem da cor da mostarda escura começa a se desdobrar, dissolvendo-se suavemente à medida que desliza em direção aos macacos. Os macacos puxam suas correntes e começam a chorar. Alguns enterram a cabeça entre as pernas. Alguns cobrem a boca ou o nariz, mas é tarde demais: já começaram a morrer”, conforme consta no livro.

II) Unidade 731

Não foi apenas a União Soviética que utilizou armas biológicas para abater os inimigos com muita dor. Antes disso, o Japão já tinha feito esse tipo de experimento, durante a segunda guerra sino-japonesa. O estudo dos efeitos das armas biológicas em seres humanos foram desenvolvidos em um lugar chamado Unidade 731, que foi criado pelo general japonês Shiro Ishii, com autorização do Imperador Hirohito. Para registrar os limites do corpo humano quando submetido a situações extremas que poderiam acontecer no front de batalha, os japoness contaminavam propositalmente seus prisioneiros chineses com diversas doenças. Durante o funcionamento, a tática foi responsável pela morte de milhares de pessoas.

Edward Behr trouxe em seu livro, Hirohito – por trás da lenda, relatos de pessoas que trabalharam na Unidade 731. Em um deles, Ozono, que trabalhou na emissão de documentos secretos, descreve os marutas (era assim que os japoneses chamavam os prisioneiros de guerra chineses) e os experimentos realizados: “Eram vítimas de diversas formas de pesquisas: alguns eram infectados com disenteria ou injetados com tétano; outros (alguns usando máscaras, outros não) eram levados a um lugar aberto e bombardeados com cianureto; outros ainda eram enterrados em câmaras frias, a 50 graus negativos, e congelados até a morte. Outros experimentos eram ainda mais aterradores: para controlar os limites da duração humana, prisioneiros eram obrigados a carregar pesadas mochilas do Exército e marchar em círculo no clima frio da Manchúria, com quantidades mínimas de alimento e água, até morrerem de exaustão”.

III) Os gêmeos de Auschwitz

O nazismo é um dos acontecimentos da humanidade mais associados à crueldade. Os prisioneiros eram submetidos a uma série de experimentos perturbadores, e muitos deles foram administrados pelo médico alemão Josef Mengele, que chegou a morar por alguns anos em São Paulo. Mengele foi apelidado de “Anjo da Morte”, e era fascinado pela genética humana. As cobaias favorita para os seus experimentos eram os irmãos gêmeos, que eram recebidos de maneira especial pelo médico assim que chegavam no campo de concentração em Auschwitz, na Polônia. Eles recebiam até brinquedos e acomodação isolada antes que a tortura começasse.

Mengele extraía amostras sanguíneas dos gêmeos diariamente e às vezes injetava o sangue de um irmão no outro para analisar as reações. Além disso, o médico acreditava que a população de gêmeos deveria crescer, e forçava casais de irmãs gêmeas e irmãos gêmeos a ter relações sexuais. Além disso, Mengele também costumava injetar tinta nos olhos dos gêmeos visando a alteração da pigmentação da íris, o que muitas vezes ocasionava em infecção imediata ou mesmo cegueira. Quando os gêmeos já não eram mais úteis, Mengele matava, arrancava os olhos e os expunha na parede da sala.

No entanto, um dos experimentos mais cruéis do médico constituía em injetar clorofórmio no coração de dois irmãos gêmeos, fazendo com que o sangue coagulasse e os batimentos cardíacos parassem, e então ele fazia autópsias para ver se os dois órgãos tinham reações diferentes ao produto químico.

IV) Lavagem cerebral

Entre os anos 1950 e 1960, um psiquiatra chamado Ewen Cameron se concentrava em encontrar a cura para a esquizofrenia. Ele acreditava que o cérebro do esquizofrênico era capaz de ser reprogramado por meio da imposição de novos padrões de pensamento, voltando assim a ser um cérebro saudável. No hospital psiquiátrico onde ele trabalhava, o Allan Memorial Clinic, em Montreal (Canadá), Cameron realizava diversos experimentos em pacientes, esquizofrênicos ou não.

O psiquiatra fazia com que seus pacientes usassem fones de ouvido e ouvissem mensagens repetidamente durante dias ou semanas, que batizou de “condução psíquica”, mas foi rebatizado pela imprensa de “lavagem cerebral benéfica”. Alguns pacientes chegavam com doenças que não tinham nada a ver com esquizofrenia, como ansiedade, por exemplo, mas acabavam sendo sedados pelo médico e amarrados numa cama para serem submetidos à lavagem cerebral.

Cameron chegou a chamar a atenção da CIA com seus experimentos, e passou até a ser financiado por ela, mas depois de um tempo os seus testes foram considerados como um fracasso, e a verba foi cortada. Posteriormente, o próprio psiquiatra chegou a descrever sua série de experimentos como “uma viagem de dez anos pela estrada errada”. Vale ressaltar que, no final da década de 1970, os ex-pacientes de Cameron chegaram até a processar a CIA por ter financiado o trabalho do psiquiatra.

V) O cão de duas cabeças

O cientista soviético Vladimir Demikhov foi responsável por um dos experimentos mais bizarros presenciados pela humanidade, ao criar o cachorro de duas cabeças, em 1954, em um laboratório próximo a Moscou. Demikhov enxertou a cabeça, os ombros e as patas dianteiras de um filhote no pescoço de um pastor alemão.

O experimento foi responsável por causar o choque no público, principalmente porque o cientista fez questão de apresentar seu experimento para a imprensa mundial. Um ponto do caso que chama a atenção é que, na época, a União Soviética chegou a ostentar o cachorro como prova da proeminência médica do país. A proposta do cientista soviético, afinal, era descobrir uma técnica para o transplante de coração e de pulmão em seres humanos.

Demikhov seguiu criando cães de duas cabeças ao longo de quinze anos, e todos eles morriam em pouco tempo, vítimas de consequências voltadas à rejeição de tecido. O cão de duas cabeças com maior longevidade foi um que viveu pouco mais de um mês.

VI) Decapitando ratos

Carney Landis, aluno do curso de psicologia da Universidade de Minnesota, desenvolveu um experimento em 1924 cuja proposta era perceber se os sentimentos eram representados por expressões faciais específicas. Em outras palavras, o rapaz queria saber se havia uma expressão universal para demonstrar felicidade, nojo, choque, tristeza e outros tipos de emoções.

O estudante universitário recrutou voluntários para o seu experimento, que em sua maioria eram outros alunos da Universidade de Minnesota, levou-os até um laboratório e fez riscos em suas faces visando uma observação precisa dos movimentos dos músculos faciais, posteriormente submetendo-os a estímulos que envolviam colocar a mão em um balde cheio de animais pegajosos, assistir pornografia ou mesmo cheirar amônia, e registrando suas reações por meio de fotos.

O experimento passou a ficar obscuro a partir do momento em que Landis ordenou que os voluntários decapitassem um rato que era entregue vivo, em uma bandeja. A maior parte dos voluntários apresentou resistência diante da ordem, mas alguns acabaram aceitando decapitar o roedor. Em resposta aos que negavam, o próprio Landis fazia o serviço, certificando-se de registrar a expressão facial do colega em questão enquanto decapitava o rato diante dele.

VII) Criando assassinos

Carney Landis, aluno do curso de psicologia da Universidade de Minnesota, desenvolveu um experimento em 1924 cuja proposta era perceber se os sentimentos eram representados por expressões faciais específicas. Em outras palavras, o rapaz queria saber se havia uma expressão universal para demonstrar felicidade, nojo, choque, tristeza e outros tipos de emoções.

Milgram foi responsável pela seleção de alguns voluntários para fazer parte de seu experimento. Ele disse aos voluntários, no entanto, que aquilo se tratava de um experimento para verificar o efeito da punição no aprendizado de uma pessoa. O aprendiz, em questão, era um ator. A proposta era que ele deveria memorizar uma série de palavras, que seria acompanhada pelos voluntários por meio da leitura de um gabarito. Se o ator (que, para os voluntários, tratava-se de outro voluntário, já que eles não sabiam que tudo era armado) errasse uma palavra, a ordem era que dessem uma descarga elétrica nele. A cada erro, os choques (que eram secretamente de mentira) aumentariam a voltagem.

Durante o experimento, o ator errava de propósito, e os voluntários eram obrigados a aumentar a potência do choque. Em resposta, o aprendiz começava a gritar e chorar, e até implorar que o libertassem. Se os voluntários perguntassem para os pesquisadores o que deveria ser feito, eles apenas encorajavam a continuar o experimento, uma vez que a proposta de Milgram era, justamente, saber quanto tempo aquelas pessoas levariam para recusar a dar o choque no aprendiz, e se a obediência os levaria a matar alguém.

Mesmo deparados com os gritos do aprendiz, os voluntários não recuavam, e a maior parte deles continuava a dar choques até atingir a potência máxima, levando o ator a cair e ficar em silêncio, como se ele estivesse morto. Dentre as reações dos voluntários que foram registradas por Milgram, houve tremedeira, suor e até risos histéricos, mesmo que continuassem a pressionar o botão, dando a descarga no ator. O pesquisador também fez testes com pessoas que não podiam ver e nem ouvir os gritos do ator, e todos desse tipo de experimento cooperaram sem hesitação.

A conclusão do pesquisador, depois da realização dos experimentos, foi: “Eu diria, com base em milhares de pessoas que observei durante os experimentos e na minha própria intuição, que se um sistema de campos de extermínio como os da Alemanha nazista fosse implantando nos Estados Unidos, seria possível encontrar trabalhadores e encarregados pelo seu funcionamento em qualquer cidade de médio porte do país”.

Fonte: QuoraThe GuardianBBCViceGizmodoVerywellMind

Por Nathan Vieira, https://canaltech.com.br/ciencia/os-experimentos-cientificos-mais-perturbadores-da-historia-da-humanidade-145437/

A extraordinária história da mulher conhecida como ‘computador humano’ = The extraordinary story of Shakuntala Devi, the woman known as the “human computer”

A vida da indiana Shakuntala Devi, capaz de fazer cálculos matemáticos complexos em segundos, é tema de um novo filme.

To read in English, please type https://thecanadian.news/2020/08/09/the-extraordinary-story-of-shakuntala-devi-the-woman-known-as-the-human-computer/

computador humano

A capacidade de Shakuntala Devi de fazer cálculos mentalmente em questão de segundos era tanta que aqueles que a conheciam costumavam descrevê-la como um “computador humano”.

Seu talento com os números lhe rendeu um lugar no Livro Guinness dos Recordes e a transformou em uma celebridade que viajou o mundo demonstrando suas proezas matemáticas em universidades, teatros, estúdios de rádio e televisão.

A vida dessa mulher indiana, que morreu em 2013, aos 83 anos, foi retratada em um filme que tem o nome dela como título e que foi lançado recentemente.

Vidya Balan, a atriz de Bollywood que interpreta a gênio dos números, a descreveu como uma “garota de uma pequena cidade indiana que conquistou o mundo”.

“Ela não teve educação formal, mas podia fazer os cálculos mais complexos em sua mente com uma velocidade surpreendente. Era mais rápida do que um computador”, disse Balan à BBC.

Para se preparar para o papel, a atriz estudou, entre outras coisas, um vídeo da rede de televisão canadense ATN em que Devi é vista perguntando para a audiência se querem que ela responda da esquerda para a direita ou da direita para esquerda.

Segundos antes, uma pessoa pediu que ela multiplicasse dois números de oito dígitos. Ela deu a resposta quase imediatamente. O vídeo foi visto mais de meio milhão de vezes desde que foi publicado, em 2013.

Dom divino

Em entrevistas, Devi disse que fazia cálculos matemáticos de cabeça “desde os 3 anos de idade”. Seu pai, um artista de circo, descobriu essa habilidade quando jogavam cartas e viu que a menina o vencia porque conseguia memorizar as dele.

“É um presente de Deus, um dom divino”, ela costumava dizer quando lhe pediam para explicar este talento extraordinário.

Ninguém em sua família tinha qualquer habilidade especial para números. “Nem mesmo remotamente, embora meu pai fosse um bruxo.”

Aos 6 anos, quando já era considerada uma criança prodígio, ela mostrou seus dotes pela primeira vez em um evento público na cidade de Mysore, no estado indiano de Karnataka, onde nasceu. Devi também aprendeu sozinha a ler e escrever.

Velocidade surpreendente

Em 1950, ao participar de um programa de televisão da BBC, deu uma resposta a um problema que não era a mesma de seu apresentador. Isso ocorreu devido a uma falha na pergunta, observou Devi. Quando os especialistas reexaminaram os números, concordaram com ela.

Em 1977, em Dallas, nos Estados Unidos, Devi venceu uma disputa com o Univac, um dos supercomputadores mais rápidos já construídos.

E ela entrou para o Guinness ao multiplicar dois números de 13 dígitos escolhidos ao acaso por um computador em frente a mil pessoas no Imperial College London. O cálculo levou 28 segundos, incluindo o tempo para falar o resultado de 26 dígitos.

Além de ser um gênio da matemática, Devi desenvolveu uma carreira alternativa como astróloga.

Ela escreveu livros sobre astrologia, culinária, matemática e crime. Também uma obra em que defendia a descriminalização da homossexualidade, que nos anos 1970 era um grande problema não apenas na Índia, mas na maior parte do mundo.

“Ela era tantas coisas. Ela vivia a vida em seus próprios termos. Ela não tinha medo, não se desculpava. E pensar que isso foi há 50 anos!”, diz Balan.

A atriz preparou seu papel assistindo a vídeos e lendo matérias sobre Devi, além de ouvir as histórias de Anupama Banerji, sua única filha, que mora com a família em Londres.

“Tudo isso me deu uma ideia sobre a vida dela. O que realmente me fascinou é que normalmente não se associa uma pessoa engraçada com matemática, e ela muda completamente essa ideia”, diz.

“Ela brincava com números, dá para ver uma espécie de alegria nela quando fazia cálculos matemáticos. Adorava atuar.”

Em um estudo de 1990, Arthur R. Jensen, pesquisador de inteligência humana da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a descreveu como “extrovertida, afável e eloquente”.

No entanto, sentia “profunda infelicidade”, disse o jornalista e cineasta Pritish Nandy. “Parte era por motivos pessoais, mas o mais importante era que tinha uma habilidade e não conseguia monetizar isso”, disse ele à BBC.

Em várias entrevistas, Devi relatou como, por ser uma criança prodígio, frequentemente sofrera pressão para ganhar dinheiro, como única fonte de renda de sua família.

E, mais tarde em sua vida, sua infelicidade foi associada a seu casamento com um homem gay que não havia saído do armário.

Balan espera que o filme seja uma forma de entretenimento em um momento em que muita gente está em casa, devido à pandemia do coronavírus.

Mas também que “traga uma mudança na forma como ensinamos matemática, que se torne mais interessante e que tire o medo que as pessoas têm desta disciplina e inspire mais pessoas a estudá-la”.

Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/a-extraordinaria-historia-da-mulher-conhecida-como-computador-humano,e8e5c11ba79ca6041b2787ab96cac45be8ex5xeq.html

Concreto de Cannabis: das pontes romanas a um possível material do futuro

Compartilho hoje uma interessante matéria do rquiteto Urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre no Programa de Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, também na UFSC, com pesquisa relacionada ao tema da mobilidade e dispersão urbana. Interessado em projetos de requalificação urbana, transportes não-motorizados e espaços públicos, entre muitos outros assuntos.

canhamo

Muito preconceito e contradições envolvem a história da Cannabis sativa pelo mundo. Estima-se que o cânhamo tenha sido uma das primeiras plantas a serem cultivadas pela humanidade. Arqueólogos encontraram remanescentes de tecidos de cânhamo na antiga Mesopotâmia (atualmente Irã e Iraque), que remontam ao ano 8.000 aC [1]. Há registros na China, entre 6 e 4 mil a.C., quanto ao consumo das sementes e óleos. Com a chegada à Europa, seu principal uso era para a fabricação de cordas para navio e tecidos. Inclusive as velas e cordas dos navios de Cristóvão Colombo eram desse material, os primeiros livros após a revolução de Gutemberg [2] e muitas das pinturas de Rembrandt e Van Gogh foram feitas de cânhamo.

Para a construção civil, seu uso também não é novo. Uma argamassa feita de cânhamo foi descoberta em pilares de pontes construídas pelos merovíngios no século VI, onde hoje é a França. Sabe-se que os romanos adicionavam as fibras do cânhamo para reforçar as argamassas de suas construções. Hoje em dia, ainda que existam entraves legais em muitos países, a utilização do cânhamo como um material da construção civil tem tido resultados animadores, com pesquisas evidenciando suas boas características termoacústicas e sustentáveis. O cânhamo pode ser moldado como painéis fibrosos, revestimentos, chapas e até como tijolos.

É importante iniciar pontuando que cânhamo e maconha pertencem à mesma espécie (Cannabis sativa), embora sejam variedades originais de diferentes cruzamentos e seleções. A maconha possui porcentagens mais altas, de até 20%, de THC (tetra-hidrocanabinol), que é a principal substância psicoativa, localizada sobretudo na flor da planta. O cânhamo industrial, por sua vez, é cultivado por suas sementes, fibras e caule, e contém cerca de 0,3% de THC, que não é suficiente para surtir algum efeito em uma pessoa.

O cânhamo demanda pouca água para crescer e, portanto, não requer irrigação artificial, e cresce aproximadamente 50 vezes mais rápido que uma árvore. Após colhidas e cortadas, as plantas são secas por alguns dias antes de serem agrupadas e despejadas em recipientes com água, o que incha os caules. Quando secas, as fibras podem servir, entre outros usos, para a produção de papel, tecidos, cordas, embalagens biodegradáveis, biocombustível e materiais de construção. Nesse último caso, o material pode ser utilizado como um isolante termoacústico, tal qual uma lã de vidro ou rocha, ou como o concreto de cânhamo, muito chamado de hempcrete ou hemp concrete. Usando betoneiras, mistura-se o cânhamo, calcário em pó e água, para obter uma pasta espessa. Através de reações químicas entre os componentes, a mistura se petrifica e transforma-se em um bloco leve, porém bastante resistente. Para a confecção de paredes, a mistura pode ser disposta como blocos, pulverizada ou despejada em formas lineares, no mesmo método das paredes de taipa.

A inovação envolvendo o concreto de cânhamo como material de construção é sua função como um material de desempenho múltiplo, substituindo inteiramente os agregados minerais, usados em concretos convencionais, enquanto em aplicações históricas as fibras naturais eram adicionadas principalmente em quantidades escassas a concretos e argamassas, por exemplo. para evitar retrações em gesso ou tijolo de barro. [3] Quando curado, retém uma grande quantidade de ar, com uma densidade que equivale a 15% do concreto tradicional, sendo portanto um ótimo isolante térmico e acústico. Uma característica interessante é que se trata de um material ao mesmo tempo isolante térmico e com boa inércia térmica [4]. Ou seja, ainda que leve e poroso, o Hempcrete pode armazenar rapidamente energia, mas liberá-la paulatinamente, sendo uma opção interessante para climas com alta variação de temperatura entre dia e noite. Também apresenta boa resistência ao fogo, é atóxico e possui resistência natural ao mofo e insetos. Há pesquisas, inclusive, que apontam o hempcrete como um material carbono-negativo, que além de compensar o que é emitido na sua produção, chega a estocar carbono.

Para atingir suas propriedades termoacústicas, o material necessita “respirar”, isto é, ter interação entre ambiente interno e externo – isso permite que o cânhamo absorva e disperse o vapor de água (umidade), e amorteça as flutuações de temperatura. Assim, as paredes de hempcrete podem até receber revestimentos, contanto que eles permitam essas trocas.

O desempenho mecânico do concreto de cânhamo é, entretanto, bastante inferior ao concreto tradicional ou ao aço. Tem resistência a compressão de 2 MPa, quando não excede uma densidade de 1000 kg / m2, o que é comparável a tijolos de adobe, por exemplo. [3] Funciona melhor como uma vedação do que como paredes auto-portantes. Outras desvantagens em relação a alvenarias comuns é o tempo de cura, o que pode ser amenizado com o uso de tijolos. Além disso, continua sendo um produto mais caro e há pouca disponibilidade de informações e mão-de-obra para trabalhar com esta nova tecnologia.

Ainda que isso esteja mudando aos poucos, grande parte da carência de estudos técnicos sobre esse material ocorre por conta de legislações. A história mostra que, mais do que por evidências científicas, a guerra contra a cannabis foi motivada por fatores raciais, econômicos, políticos e morais. E a mesma proibição à droga muitas vezes vale às plantas que não serviriam para o uso recreativo. Aos poucos, o mundo vem reconsiderando algumas proibições e há países com legislações que permitem o cultivo de plantas de cannabis para uso medicinal e até mesmo recreativo. Atualmente o principal produtor mundial de cânhamo é a China, que cultiva mais de 70% do total mundial, mas há outros países com produções relevantes.

Pesquisas, teste e experimentações são imprescindíveis para tornar esse material tão promissor mais popular e barato para um uso massivo na construção civil. E, talvez, fazer com que uma das plantas cultivada há mais tempo pela humanidade possa se tornar um material de construção sustentável e eficiente do futuro.

Notas

[1] The People’s History. The Thistle. Volume 13, Number 2: Sept./Oct., 2000.
[2] Hemp users’ stories and its use as a medical remedy. MMedics
[3] Monika Brümmer, Mª Paz Sáez-Pérez, and Jorge Durán Suárez. Hemp Concrete: A High Performance Material for Green-Building and Retrofitting.
[4] Komsi, Jere. Thermal Properties of Hempcrete, a Case Study. Helsinki Metropolia University of Applied Sciences

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/944292/concreto-de-cannabis-das-pontes-romanas-a-um-possivel-material-do-futuro?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

O BIZARRO CANIBALISMO JAPONÊS CONTRA AMERICANOS NA II GUERRA = Japan Hears of World War II Cannibalism A Half-Century Later

To read in English, please type or go to https://apnews.com/2e7e9a8dae17cc29862c4562b44c9225

canibalismo

Dentro da série “o quanto não sabemos de fatos históricos acontecidos”, Wallacy Ferrari publica uma matéria em 09/06/2020 sobre um caso de canabalismo durante a II Guerra Mundial.

O caso surpreendeu o tribunal internacional de crimes de guerra — que nem tinha uma sentença para esse tipo de crime.

O ambiente de guerra não costuma ser o mais propício para a aplicação de valores morais e éticos; situações de sofrimento e desgaste propiciam poucos momentos de paz aos combatentes e suportes, resultando em atos extremos pelas próprias vidas. Em 2 de setembro de 1944, próximo do fim da Segunda Guerra Mundial, uma ação japonesa chocou as forças americanas pela frieza.

Durante uma batalha em Chichi Jima, uma pequena ilha há mil quilômetros ao sul de Tóquio, os soldados japoneses conseguiram abater nove aviões aliados, pilotados por americanos, que realizavam bombardeios na região. Entre pousos e ejeções, os nove pilotos caíram em território japonês sem ferramentas de comunicação.

Como de costume, os soldados japoneses comemoraram a captura de oito dos aviadores que, além de ceder todas suas ferramentas de sobrevivência, foram presos, espancados com glória e até torturados antes de suas execuções. A surpresa maior, no entanto, ocorreu dois anos depois, já com o fim da guerra.

O horror se revela

Em um julgamento sobre a execução dos aviadores da Marinha do Estados Unidos realizado em agosto de 1946, doze militares japoneses, incluindo o general Yoshio Tachibana, foram réus em um processo de crimes de guerra. Quando perguntados sobre o paradeiro dos corpos dos oficiais americanos, os onze subordinados de Yoshio relataram ‘a ordem do chefe”: um prato feito das coxas e fígado de americanos com molho de soja e legumes.

Sem nenhuma situação de fome ou necessidade extrema, o general orientou os combatentes após as execuções para se alimentarem de partes dos corpos. De acordo com a investigação americana, quatro dos oito capturados foram comidos pelos oficiais do Eixo com uma espécie de ritual para unir as tropas.

Considerado crime de guerra, o tribunal militar e internacional não poderia realizar nenhuma ação especifica contra o ato de canibalismo, mas condenou os envolvidos por assassinato e considerou a ação como uma “prevenção de enterros honrosos”. Em 1947, o caso encerrou com quatro oficiais, incluindo Yoshio, condenados a forca, mas com os outros envolvidos presos.

Um sobrevivente histórico

O mais jovem entre os 9 pilotos de aviões abatidos foi um rapaz de 20 anos que já havia sido notado pelos serviços em Pearl Harbor. Habilidoso e ágil, foi rápido durante a queda e conseguiu escapar das mãos dos soldados japoneses, fugindo pela água. O garoto em questão era George H. W. Bush, futuro presidente dos Estados Unidos.

Em entrevista à CNN, Bush explicou que errou ao ejetar muito antes da hora, diferente de todos os outros tripulantes de aeronaves da Marinha americana: “Eu puxei o cordão muito cedo. E o que aconteceu foi que bati minha cabeça na cauda do estabilizador horizontal do avião”. O erro, no entanto, fez seu pouso ser diferente de todos os outros, sendo imprevisto pelos japoneses.

O americano chegou a relatar que foi avistado por um barco do Eixo, mas ignorado após as constantes explosões causadas pelos bombardeios e ataques contra as aeronaves. Após horas nadando, um submarino americano resgatou Bush. Anos depois, já como presidente, Bush retornou a Chichi Jima e afirmou que, apesar de se sentir culpado pela morte de dois companheiros, “não é assombrado” por nenhuma memória.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/incidente-em-chichijima-o-bizarro-canibalismo-japones-contra-americanos-na-segunda-guerra.phtml

Canadá investe em agricultura urbana para superar adversidades da pandemia = Canada: The World Pandemic and a new Victory Garden Era

Canada blog

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Victória é uma cidade canadense famosa por seus jardins de flores. O clima favorece o cultivo de diferentes tipos de flores e a cidade é conhecida como a capital florida do Canadá, ou a “cidade jardim”. Mas a pandemia de coronavírus mudou um pouco este cenário. A equipe de jardinagem da prefeitura priorizou o plantio de mudas de vegetais que estão sendo distribuídas gratuitamente para a população, uma vez que o interesse das pessoas em cultivar o próprio alimento cresceu consideravelmente neste momento.

Esta é a primeira vez, desde a II Guerra Mundial, que a prefeitura foca seu trabalho em ajudar os cidadãos a produzirem sua própria comida. O objetivo é garantir a segurança alimentar na cidade em um momento em que muitas pessoas estão com problemas econômicos, o valor dos alimentos está subindo nos mercados e alguns estoques de comida estão baixos.

Prioridades

As famílias que foram mais atingidas pela pandemia e prejudicadas pelas medidas de isolamento social têm prioridade na distribuição de mudas. De acordo com o site da prefeitura, a prioridade será dada a quem perdeu o emprego recentemente, população indígena, pessoas com imunidade baixa ou grupos de risco, famílias em situação de vulnerabilidade social e casos especiais que serão avaliados pela administração municipal.

As famílias que têm crianças matriculadas no sistema público de educação também poderão receber as mudas, assim como todo material didático necessário para as aulas em casa.

75 mil mudas

Até o momento, a equipe de jardinagem municipal já disponibilizou 75 mil mudas para doação, num total de 17 espécies de vegetais: brócolis, alface, tomate, pepino, abobrinha, abóbora-menina, repolho, folhas de mostarda, acelga, couve, manjericão e salsa.

Foto de Cathy Vanheest, via Unsplash
Foto de Cathy Vanheest, via Unsplash

Um dos critérios para a escolha dos vegetais foi a facilidade de cultivo, mesmo por jardineiros menos experientes, além da possibilidade de plantar as mudas em quintais ou áreas menores, em vasos em ambientes internos e varandas por exemplo.  As sementes foram doadas por produtores locais.

Distribuição

A entrega das mudas começou no dia 25 de maio e vai até 11 de junho e está sendo realizada por diferentes ONGs da cidade. Para ter acesso às mudas, antes que elas sejam entregues ao público em geral é preciso se inscrever de acordo com os critérios de prioridade apresentados pela prefeitura.

Apoio à agricultura urbana

Durante a ação, os estudantes que trabalham com voluntários estão fazendo cursos de agricultura e aprendendo sobre as políticas de crédito agrário do país. A agricultura urbana e familiar é muito valorizada e uma série de medidas e protocolos da prefeitura estimula a população a produzir sua própria comida.

A cidade permite, por exemplo, a criação de galinhas e abelhas nos quintais, estimula a criação de hortas comunitárias, pomares, jardins em telhados verdes e tem um programa especial que patrocina o plantio de árvores frutíferas e de castanhas em espaços públicos. A venda de produtos cultivados em casa também é permitida e estimulada como uma ferramenta de melhorar a economia doméstica.

Via CicloVivo.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/941281/canada-investe-em-agricultura-urbana-para-superar-adversidades-da-pandemia?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

CIDADE AMERICANA GERA ENERGIA COM TURBINAS INSTALADAS NO ENCANAMENTO = Portland Now Generates Electricity From Turbines Installed In City Water Pipes

Tubulação

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Minha homenagem a todos os engenheiros, em especial, à minha irmã Eugenia, professora da UnB, doutora e profissional do mais elevado nível.

Tudo começou com uma discussão técnica com ela quando eu defendia e ainda continuo defendendo todo e qualquer tipo de aproveitamento de energia. Por exemplo, acho que todo teto de carro deveria ter painéis solares; toda a água liberada pela queima do combustível dos motores de ciclo Otto deveria ser aproveitada pelo próprio automóvel; toda descarga de fundo de hidroelétrica deveria também gerar energia; todo vertedouro / sangradouro idem; toda casa deveria ter coleta de água de chuva, e assim por diante. São inúmeras possibilidades para um mundo mais sustentável (ou menos degradante).

A matéria abaixo não é nova. É de 2015. Mas cai como uma luva para exemplificar bem o quanto de energia deixamos de aproveitar: A água que passa pelas tubulações de abastecimento deveria gerar, também, energia.

A cidade de Portland, nos Estados Unidos, instalou um sistema que captura energia hidroelétrica da água que corre por um dos principais sistemas hidráulicos da cidade. A água corrente gira pequenas turbinas colocadas dentro dos encanamentos, gerando energia que é enviada e armazenada em um gerador.

“É raro encontrar uma nova forma de energia sem impacto ambiental. Esta está dentro de um cano, então nenhum peixe ou espécie ameaçada é impactado”, afirma Gregg Semler, presidente da Lucid Energy, startup local que criou o sistema.

Atualmente, as pequenas turbinas geram a energia que é utilizada na usina de tratamento de água de Portland, barateando o custo final da água ao consumidor. A eletricidade necessária para tornar a água potável é um dos principais gastos de qualquer sistema de saneamento urbano.

Apesar da energia gerada pelo sistema não ser suficiente para alimentar uma cidade inteira, os canos podem gerar energia para prédios como escolas e bibliotecas. E, ao contrário da energia solar ou eólica, o sistema pode gerar eletricidade em qualquer horário ou clima.

A empresa espera trabalhar com outras cidades na instalação do sistema, à medida que os encanamentos antigos fiquem defasados.

A startup também espera expandir o sistema para países em desenvolvimento. “É uma grande fonte de energia para lugares onde não há rede elétrica”, afirma Semler.

Fonte: INFO Online // https://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2015/01/30/112496-cidade-americana-gera-energia-com-turbinas-instaladas-no-encanamento.html

Uma cidade onde as pessoas plantam sua própria comida = Les Avanchets: The Swiss City that Became a Garden

cidade-comida

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Meu “velho” pai sempre dizia que “o ser humano se viciou em comer” e, dessa forma, a variável comida do dia a dia seria, sempre, a incognita de toda essa equação. Diante disso replico aqui a matéria escrita por Natasha Olsen (https://www.archdaily.com.br/br/author/natasha-olsen) que aborda a necessidade de cada cidade, ou melhor, cada membra de cada cidade, venha a produzir o seu alimentom tomando como exemplo a cidade suíça Les Avanchets

Les Avanchets (http://zip-code.en.mapawi.com/switzerland/5/vernier/3/930/les-avanchets/1220/1639/) é uma cidade na Suíça onde a maioria das pessoas cultivam os seus próprios alimentos em hortas caseiras. Além do cultivo, a troca de alimentos também é muito comum: quem tem cenouras sobrando troca por couves ou limão e assim todos garante uma alimentação saudável e variada, sem agrotóxicos.

A saúde mental também entra nesta conta positiva, já que mexer na terra melhora significativamente o nosso bem estar e esta troca de alimentos acaba aumentando a interação social e o fortalecimento comunitário. As hortas urbanas têm se mostrado ferramenta poderosa para criar solidariedade entre vizinhos, amizades e estabelecer a economia circular.

A construção de uma cultura sustentável

agricultura urbana é um tema que tem merecido cada vez mais destaque no mundo, uma alternativa a cidades sem espaços verdes, onde o contato das pessoas com a natureza vem diminuindo cada vez mais. Mas, as raízes deste movimento são antigas.

A construção desta cultura começou com a I Guerra Mundial. Com o fim dos conflitos a Suíça e outros países da Europa, como Inglaterra, França e Alemanha, deram aos cidadãos terrenos onde pudessem reconstruir a vida, o que deu origem a muitas cidades com uma forte cultura de agricultura urbana.

Esta possibilidade apareceu principalmente em cidades e bairro periféricos. As hortas urbanas garantiram a oferta de alimentos, a saúde e a estabilidade social em muitos lugares devastados pela guerra.

E Les Avanchets manteve esta cultura forte até os dias de hoje. O cultivo de alimentos por lá é uma tradição sustentável passada de uma geração para a outra. As crianças aprendem a plantar e cultivar as suas frutas favoritas com técnicas que mesclam métodos antigos e tradicionais de plantio.

Raízes que se fortaleceram

Em muitas outras cidades, a agricultura urbanas perdeu seu espaço. Mas as pessoas de Les Avanchets  mantêm ainda hoje o equivalente a 5 mil hectares de hortas caseiras.

Este cenário foi fotografado pelo renomado ambientalista e fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand. As fotos aéreas da cidade mostram como uma alternativa às paisagens urbanas que conhecemos.

Os moradores dizem que seus jardins trazem soluções para problemas pessoais, sociais e ambientais e garantem que pretendem continuar a dedicar seu tempo livre ao plantio, atividades ao ar livre, cultivo de alimentos saudáveis sem venenos – um jeito de fortalecer a comunidade e proteger o meio ambiente.

Via CicloVivo

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/937678/uma-cidade-onde-as-pessoas-plantam-sua-propria-comida?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

Imagens de manicômios abandonados mostram arquiteturas projetadas para curar = These Images of Abandoned Insane Asylums Show Architecture That Was Designed to Heal

Manicomio

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Isabella Baranyk nos presenteia um tesouro de cunho histórico – cultural – fotográfico – arquitetônico, do qual transcrevo para deleite dos que assim admiram um excelente material para leitura.

Com a pintura rachada, a vegetação crescendo, a ferrugem e a decadência, edifícios abandonados esculpiram um gênero fotográfico que brinca com o nosso complexo fascínio com os remanescentes perversos do nosso passado. Enquanto o interesse intelectual em ruínas tem sido registrado há séculos, a popularidade e controvérsias do “ruin porn” contemporâneo pode ser rastreado até em torno de 2009, quando a série feral houses do fotógrafo James Griffioen provocou um debate sobre o potencial prejuízo na apropriação estética do colapso urbano.

Um assunto favorito neste campo são os manicômios americanos, cujos trágicos restos carregam ecos da história desagradável de tratamento de doença mental nos Estados Unidos. Estes sanatórios financiados pelo Estado estavam intensamente superlotados e, muitas vezes, alojavam pacientes em condições deploráveis no século XX. A partir de 1955, com a introdução da droga antipsicótica Thorazine, essas instituições foram fechadas em grande número, para nunca mais serem reabertas [1]. Agora, esses manicômios fechados, mas não demolidos, que pontilham o país, são objeto da “ruin porn” que negligencia uma parte igualmente importante da narrativa dos edifícios: seu começo. Em sua recente sessão de fotos Abandoned Asylums, o fotógrafo Matt Van der Velde retrata este período anterior da arquitetura de manicômios, quando as instituições foram construídas na crença de que o ambiente construído teria o poder de curar.

Antes de meados dos anos 1800, o tratamento dos doentes mentais muitas vezes considerava um espectro de doenças perigosas e ameaçadoras. Os enfermos mentais mais desfavorecidos acabavam em albergues, já que não havia nenhuma instituição psiquiátrica financiada pelo Estado na época. Nesses locais, os doentes não recebiam tratamento algum e viviam em condições miseráveis. A falta de cuidados especializados significava que os “loucos” do século 18 muitas vezes acabavam em prisões como a única solução para o perigo percebido para si e para a sociedade [2].

A mudança ocorreu nos anos 1800 de múltiplas direções. A influência européia dos quakers popularizou o movimento de tratamento moral em psiquiatria, que defendia o tratamento humano dos pacientes e uma rotina regimentada. De importância significativa para o tratamento moral bem-sucedido estava o determinismo ambiental -a crença de que o ambiente de vida influencia o comportamento- dando à arquitetura um papel central no tratamento psicológico mais humanizado [3]. Cada elemento do ambiente construído foi pensado para ter um efeito potencialmente curativo sobre os doentes mentais, e as instituições foram concebidas com a intenção de que os pacientes eventualmente seriam curados e retornariam à sociedade. Como os manicômios eram novos para os Estados Unidos, alguns dos primeiros projetos foram inspirados pelo Centro de Tratamento Moral Quaker de York na Inglaterra, com este projeto reavaliado e adaptado como contexto e orçamento alterado [4].

Os vitorianos acreditavam que a industrialização e o capitalismo eram as principais causas da doença mental. Em ambientes urbanos, onde essas forças eram mais palpáveis, acreditavam que os membros mais fracos da sociedade seriam incapazes de lidar com essas pressões modernas e, eventualmente, tornarem-se lunáticos [5]. Portanto, qualquer opção de tratamento viável poderia incluir apenas separar fisicamente os pacientes da cidade, e os primeiros asilos dedicados foram construídos em áreas cercadas pela natureza. Da mesma forma, a crença prevalecente no miasma médico, que teorizava que a doença se espalhava pelo ar estancado e sujo, significava que a ventilação devia ser priorizada no projeto e que as cidades densas e poluídas eram locais impróprios para isso [6]. A ventilação levou ao uso experimental de pavilhões e quadriláteros, bem como a incorporação de muitas pequenas janelas de guilhotinas [7].

Na década de 1850, depois da longa batalha travada pelo educador e lobista Dorothea Dix para instituições psiquiátricas financiadas pelo Estado, a arquitetura de hospícios nos Estados Unidos começou a desenvolver seu próprio estilo distintivo. Thomas Story Kirkbride tornou-se a voz definitiva sobre o assunto depois de publicar sobre a construção, organização e arranjos gerais de hospitais para os insanos em 1854. Enquanto seu manifesto não foi aderido exclusivamente por outros arquitetos, criou um conjunto de orientações para os projetos e tornou-se o guia contra o qual todos os outros métodos foram comparados [8].

Os hospícios de Kirkbride incorporavam grandes elementos clássicos como pórticos, cúpulas e colunas que, além de criar um ambiente esteticamente agradável para os pacientes e suas famílias das classes alta e baixa, permitiam que os prédios se tornassem uma fonte de orgulho cívico. Mais do que a vergonha que os edifícios abandonados simbolizam hoje, essas instalações eram percebidas como indícios da generosidade da comunidade para os menos afortunados; como locais para caridade, esforços cristãos que construíam o mérito para a sociedade [2]. Edifícios mais estéreis não teriam conseguido o mesmo efeito. As fotos de Van der Velde mostram que muitos desses manicômios ainda mantêm suas intenções em ordem, ao invés de imagens comuns que são ignorantes desses recursos.

Além do exterior, Kirkbride também tinha planos detalhados de como organizar melhor os vários programas que um manicômio. Ele projetou o “plano linear”, que colocava os pacientes em alas hierárquicas que se moviam para fora com base no sexo e nos sintomas, com os pacientes mais graves e mais severamente doentes mais distantes do centro, onde eram menos perturbadores. O edifício estendeu-se em toda a propriedade de modo que todos os quartos tinham acesso à luz solar e ar fresco, promovendo a importância da ventilação e da natureza no processo de tratamento. No centro, onde as formas arquitetônicas mais luxuosas eram frequentemente construídas, estavam os salões e a capela, onde os pacientes podiam socializar com membros da família visitantes sem ter que levá-los para as enfermarias. Alguns dos recursos destinados a humanizar os asilos ainda podem ser vistos naqueles que permanecem em pé, como os tapetes para amortecer som, janelas abundantes para um sentido da natureza, e moldagem cuidadosamente trabalhada e ornamentação que não poderia normalmente associar com tais espaços .

Na virada do século 20, tornou-se claro que a maioria dos pacientes não entravam em manicômios e mais tarde retornavam à sociedade depois de serem curados de suas doenças por seu ambiente meticulosamente projetado e plano de tratamento. O determinismo ambiental tinha perdido o respeito como uma abordagem psiquiátrica, e o financiamento para os manicômios estava começando a diminuir. A era da arquitetura humanística para a doença mental havia terminado e uma nova era de tratamento cirúrgico caracterizada por superlotação, lobotomia e condições cruéis foi inaugurada, criando as bases para as edificações abandonadas de hoje – e nosso mórbido fascínio por eles.

Referências:

[1] Torrey, E. F. “People in the Shadows: The Many Faces of Mental Illness.” Out of the Shadows: Confronting America’s Mental Illness Crisis. New York: Wiley, 1998. Print.
[2] Velde, M.V.D.; Yanni, C. Foreword. Abandoned Asylums. Versailles: Jonglez, 2016. Print.
[3] Yanni, C. The Architecture of Madness: Insane Asylums in the United States. Minneapolis: U of Minnesota, 2007, 33.
[4] Ibid, 8
[5] Ibid, 3
[6] Ibid, 36
[7] Ibid, 40
[8] Ibid, 38

Publicado originalmente em 23 de março de 2017. Atualizado em 20 de fevereiro de 2020. 

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/867728/essas-imagens-de-manicomios-abandonados-mostram-arquiteturas-que-foram-projetadas-para-curar?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

 

Fatores que tornam o ambiente de trabalho um lugar feliz = Factors that Transform a Workplace into a Happy Place

ambiente

Conforto Térmico

conforto térmico é um dos parâmetros mais importantes e fáceis de precisar em um ambiente fechado. O corpo humano procura manter uma temperatura média em torno dos trinta e sete graus centígrados, e o conforto térmico por sua vez, é um dado referente à como cada indivíduo se sente em relação a temperatura e leva em conta dados específicos sobre a localização geográfica e o clima do local, a época do ano, o gênero da pessoa e também a idade. O conforto térmico é definido por seis fatores; quatro dos quais podem ser classificados como parâmetros ambientais: temperatura do ar, temperatura média radiante, umidade relativa do ar e velocidade do ar; enquanto os outros dois são estabelecidos como fatores pessoais: taxas metabólicas e isolamento térmico através de roupas.

Conforto Acústico

conforto acústico de um ambiente é a capacidade do mesmo em minimizar os ruídos internos e externos (sons aéreos, ruídos de espaços adjacentes, ruídos de equipamentos de escritório e ruídos de instalações próximas…), protegendo ou isolando seus usuários de fontes indesejadas de ruído para proporcionar um ambiente acusticamente adequado para a função específica de determinado espaço de trabalho; por exemplo, é natural esperar um ambiente barulhento em uma fábrica de aço, mas não em uma agência de publicidade. O layout do espaço também desempenha papel fundamental no conforto acústico de um determinando ambiente. Sabemos que a maioria das grandes empresas estão optando por espaços de escritórios de planta livre e flexíveis, entretanto, a privacidade também é um dado importante quando se trata de produtividade no ambiente de trabalho. Neste caso podemos utilizar três estratégias para controlar o nível de ruído: forro acústico, painéis acústicos entre as estações de trabalho e sistemas eletrônicos de dissimulação de ruídos. A geometria do espaço também pode influenciar no conforto acústico; Plantas quadradas costumam ter um desempenho acústico melhor que espaços longos e estreitos, isso porque o som acabada ricocheteando entre as duas paredes, ampliando ainda mais o ruído e a sensação de desconforto. O desenvolvimento dos sistemas de piso aquecido praticamente eliminou o uso de tapetes nos ambientes de trabalho modernos, outro importante elemento de absorção de ruído; quanto mais duro o material do piso, menor será a sua capacidade de absorver o som.

Conforto Visual

Simplificando, o conforto visual é definido pelas condições de iluminação e a abrangência dos ângulos visuais de local de trabalho. O projeto arquitetônico é o principal responsável pela qualidade da luz em um ambiente de trabalho. A iluminação é um dos principais e mais importantes elementos no interior de um espaço de escritório, responsável pelo bem-estar e pela produtividade de seus funcionários. Escritórios abarrotados assim como extremamente vazios provaram ter um efeito negativo no conforto visual das pessoas que ali trabalham. Outro dado importante é a geometria das janelas, a fotometria nas superfícies de trabalho, assim como a quantidade de vidros e outros materiais reflexivos.

Qualidade do Ar

Existem duas estratégias a serem consideradas em um projeto de arquitetura para lidar com a Qualidade do Ar Interior em um espaço de trabalho. A primeiro é aumentar a taxa de ventilação, que por sua vez reduz a porcentagem de poluentes atmosféricos [4]; a segunda é combater a fonte de poluição dentro e nas proximidades do edifício. Estudos recentes afirmam que uma mais abundante ventilação natural em ambientes não industriais melhora e muito a qualidade do ar, reduzindo a concentração de poluentes. A taxa de substituição de ar deve ser proporcional aos nível de poluição no interior do edifício; o nível de poluição varia de acordo com o número de pessoas que ocupam o espaço. Pesquisas indicam que a sensação de desconforto no ambiente de trabalho chega a ser 200% mais frequente em edifícios com ventilação mecânica. Por outro lado, a ventilação natural tem se mostrado favorável e benéfica, reduzindo o consumo global de energia pelos sistemas de condicionamento de ar. Ainda assim é preciso ter cautela, em cidades onde a poluição atmosférica é um problema, a ventilação natural também pode ser prejudicial a qualidade interna do ar.

Síndrome do Edificio Doente (SED)

O SED pode ser considerado como o conjunto de doenças desencadeadas pela proliferação de microorganismos e partículas suspensas em edifícios fechados. A falta de ventilação natural, uso de materiais de construção não certificados, substâncias que possam causar alergias e os próprios equipamentos de escritório são alguns dos fatores que contribuem para a síndrome do edifício doente, um problema reconhecido pela OMS em 1982. Os funcionários com SEB experimentam irritação nos olhos, nariz e garganta, dores de cabeça, tosse, chiado no peito, sensibilidade à luz, desconforto gastrointestinal e outros sintomas semelhantes aos da gripe.

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/933137/fatores-que-tornam-o-ambiente-de-trabalho-um-lugar-feliz?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995