Brasileira recebe mesmo reconhecimento que Einstein, Mandela e Darwin

Angela Villela Olinto, física de astropartículas e professora da Universida de Chicago, durante aula (Universidade de Chicago/Reprodução)

física de astropartículas e professora da Universidade de Chicago, Angela Villela Olinto, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciênciastítulo que a coloca ao lado de nomes como Albert EinsteinMartin Luther KingWinston ChurchillNelson MandelaCharles Darwin e muitos outros.

Já na mesma semana, Olinto integrou a Academia Nacional de Ciências, que, só neste ano, elegeu 120 membros, sendo 59 mulheres – o maior número já eleito em um único ano. Em entrevista à EXAME, a professora conta sobre seus projetos com a Nasa e sua liderança no novo campo de astropartículas.

Quem é Angela Olinto?

Olinto é formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e é doutorada em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts. “Na faculdade me interessei por física de partículas e, no doutorado, pela astrofísica. Do pós-doutorado em diante, me dediquei a construir este novo campo que reúne as duas áreas de meu interesse anterior”, diz Olinto sobre seu interesse pelas astropartículas.

A especialista é considerada líder no novo campo da “física das astropartículas”, que são partículas que compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar.

De acordo com Olinto, as possíveis fontes das astropartículas incluem “buracos negros supermassivos, galáxias com formação intensa de estrelas, estrelas dissociadas por buracos negros e colisões que produzem ondas gravitacionais”.

“O termo “física das astropartículas” representa a aliança interdisciplinar entre a astrofísica e a física de partículas. Estudando as astropartículas, entendemos mais sobre as leis fundamentais da natureza”, diz Olinto.

Ao longo da carreira, Angela fez contribuições teóricas e experimentais sobre astropartículas, incluindo pesquisas sobre o estudo da estrutura das estrelas de nêutrons, teoria inflacionária, origem e evolução dos campos magnéticos cósmicos, natureza da matéria escura e a origem das partículas cósmicas de maior energia, como raios cósmicos, raios gama e neutrinos.

Projetos com a Nasa

Em conjunto com a Nasa, Olinto é responsável pela pesquisa de diversos projetos, entre eles o EUSO-SPB (“Observatório espacial do universo em um balão de superpressão”, em português), um balão de alta pressão que viaja numa altitude de 33 quilômetros. Com previsão de voo para 2023, seu objetivo é detectar raios cósmicos de ultra alta energia. 

Outro projeto é a futura missão espacial chamada POEMMA (“Sonda dos multi-mensageiros astrofísicos extremos”, em português). “O projeto foi desenhado pelo meu time internacional de quase 80 investigadores para uma missão dedicada a estudar as astropartículas mais energéticas, os raios cósmicos e neutrinos ultra energéticos, e descobrir as suas fontes e interações”, conta Olinto. Se aprovada para construção e voo, a missão espacial ocorrerá ainda no final desta década.

O que são as academias de ciências?

Fundada em 1780, a Academia Americana de Artes e Ciências homenageia e reúne líderes de todos os campos da atividade para ressaltar novas ideias, abordar questões de importância nacional e mundial e trabalhar em conjunto. Seus estudos ajudam na pesquisa e análise nos setores da política, ciência, tecnologia, segurança global, assuntos internacionais, política social, educação e ciências humanas.

Já a Academia Nacional de Ciências é uma instituição privada sem fins lucrativos, que foi estabelecida sob uma carta do Congresso assinada pelo presidente Abraham Lincoln em 1863. Ela reconhece a conquista em ciência por meio de uma eleição do conselho, e – ao lado da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Nacional de Medicina – fornece conselhos e pesquisas sobre ciência, engenharia e saúde para o governo federal e outras organizações.

Sobre se tornar membro das duas academias em menos de uma semana, Olinto descreve a experiência como “muito emocionante”. “É uma imensa honra ser membro de uma destas duas instituições históricas, as academias mais importantes na ciência nos Estados Unidos. Sou privilegiada por ter seguido perguntas inspiradoras sobre o nosso universo, e ter construído parcerias e colaborações brilhantes no caminho. É uma grande alegria ser reconhecida pelos meus colegas cientistas, especialmente em um ano tão desafiador”, diz Olinto.   

Para mulheres brasileiras como Olinto que podem ter interesse no ramo científico, a física deixa a mensagem: “A beleza da ciência, como da arte, é, ou deveria ser, acessível a todos nós. Se esta beleza te inspirar, não deixe ninguém dizer que não é para mulheres. Leia, estude, aprenda com sinceridade e tenha respeito pela beleza complexa da área que escolher. Seguindo a sua intuição, dedicação e convicção, você pode ir muito longe. Como numa escalada, se focar no caminho a frente, quando chegar no alto pode olhar para trás com orgulho da escalada cumprida.”

Fonte: https://exame.com/ciencia/brasileira-recebe-mesmo-reconhecimento-que-einstein-mandela-e-darwin/

Da série Histórias desconhecidas: Conheça Rutka Laskier: morta em Auschwitz aos 14 anos, ela também escreveu um diário = As the Nazis and Adolescence Took Hold

To read in English, pleas type or go to https://www.nytimes.com/2007/06/10/weekinreview/10word.html

Os escritos de Rutka Laskier foram publicados apenas em 2006 (ainda em polonês, e no ano seguinte em inglês), muito depois do relato de Anne Frank, que teve sua primeira edição em 1947. As comparações entre os esconderijos, assim como os medos e os desejos sentidos pelas duas foi inevitável.

O manuscrito de Rutka foi mantido em segredo por uma amiga da jovem judia, Stanisława Sapińska, que então tinha 21 anos, e conheceu Rutka durante o período em que ela escrevia. Quando a menina foi levada para Auschwitz, pediu que Stanisława escondesse o diário, o que ela continuou fazendo pelos 63 anos seguintes. Apenas em 2005, uma de suas sobrinhas informou o presidente de um Centro de Cultura Judaica próximo a respeito da existência dos escritos.

Antes da invasão alemã à Polônia, ela e sua família levavam uma vida comum. O avô da menina era o coproprietário de uma bem-sucedida empresa que operava um moinho de grãos.

Quando o governo de sua a cidade foi tomado pelo Partido Nazista Alemão, os Laskier precisaram fugir, se mudando então para o sul da Polônia, passando a viver na cidade natal dos avós paternos da adolescente judia. Porém, não puderam ficar por muito tempo: quando a Alemanha invadiu de forma definitiva o país, a família de Rutka se mudou novamente, dessa vez para o Gueto de Będzin.

Foi durante essa estadia na comunidade judia que a jovem polonesa preencheu as 60 páginas de seu diário, ao decorrer de vários meses. Ela nunca contou para os pais e outros parentes sobre o caderno escolar que usava para desabafar sobre o que acontecia, mantendo tudo em segredo.

Nem todos os parentes de Rutka morreram nas mãos dos nazistas. Seu pai, JakubLaskier, sobreviveu e se mudou para Israel, onde casou novamente e teve outra filha, chamada Zahava Scherz.

Segundo Zahava, o pai nunca mencionou sua antiga família, provavelmente pelas memórias serem traumatizantes. Foi só quando a garota, já adolescente, descobriu um álbum de fotos antigo, que viu Rutka, seu irmão mais velho, e a antiga esposa ao lado de Jakub.

Quando perguntou sobre para o pai, ele foi sincero, porém também nunca mais falou a respeito novamente. O relato da meia-irmã da autora do diário foi transmitido em um documentário da BBC de 2009, “The Secret Diary of the Holocaust”.

A princípio, acreditava-se que Rutka Laskier havia morrido junto com sua mãe e irmão mais velho em uma câmara de gás, aos 14 anos, no conhecido campo de concentração nazista de Auschwitz.

Em 2008, contudo, após o diário da menina ter sido transformado em público, uma mulher que a havia conhecido quando eram prisioneiras dentro de Auschwitz veio a público. Era Zofia Minc, que dividiu o local com a adolescente e encarou um surto de cólera repentino.

Teria sido assim, segundo contou Minc, que Rutka foi levada para sua morte por um guarda nazista. Foi revelado ainda que a garota de 14 anos implorou à outra que a levasse até a cerca elétrica para que pudesse se matar, no entanto, o guarda nazista que as acompanhava não permitiu. A autora do diário não só morreu sem a família, como também foi levada para o crematório ainda viva, sugerindo uma morte ainda mais perturbadora.

Em uma das últimas frases de seu diário, a garota judia escreveu: “Se eu ao menos pudesse aceitar acabou e morrer de uma vez… Mas eu não posso, porque apesar de todas essas atrocidades, eu quero viver e esperar pelo dia seguinte”.

Fonte: https://www.alefnews.com.br/conheca-rutka-laskier-morta-em-auschwitz-aos-14-anos-ela-tambem-escreveu-um-diario/?utm_term=Lamentavel%3A+eleicao+tera+Hitler+como+candidato&utm_campaign=MW+Comunicacao+empresarial&utm_source=e-goi&utm_medium=email

Concreto de Cannabis: das pontes romanas a um possível material do futuro

Compartilho hoje uma interessante matéria do rquiteto Urbanista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mestre no Programa de Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, também na UFSC, com pesquisa relacionada ao tema da mobilidade e dispersão urbana. Interessado em projetos de requalificação urbana, transportes não-motorizados e espaços públicos, entre muitos outros assuntos.

canhamo

Muito preconceito e contradições envolvem a história da Cannabis sativa pelo mundo. Estima-se que o cânhamo tenha sido uma das primeiras plantas a serem cultivadas pela humanidade. Arqueólogos encontraram remanescentes de tecidos de cânhamo na antiga Mesopotâmia (atualmente Irã e Iraque), que remontam ao ano 8.000 aC [1]. Há registros na China, entre 6 e 4 mil a.C., quanto ao consumo das sementes e óleos. Com a chegada à Europa, seu principal uso era para a fabricação de cordas para navio e tecidos. Inclusive as velas e cordas dos navios de Cristóvão Colombo eram desse material, os primeiros livros após a revolução de Gutemberg [2] e muitas das pinturas de Rembrandt e Van Gogh foram feitas de cânhamo.

Para a construção civil, seu uso também não é novo. Uma argamassa feita de cânhamo foi descoberta em pilares de pontes construídas pelos merovíngios no século VI, onde hoje é a França. Sabe-se que os romanos adicionavam as fibras do cânhamo para reforçar as argamassas de suas construções. Hoje em dia, ainda que existam entraves legais em muitos países, a utilização do cânhamo como um material da construção civil tem tido resultados animadores, com pesquisas evidenciando suas boas características termoacústicas e sustentáveis. O cânhamo pode ser moldado como painéis fibrosos, revestimentos, chapas e até como tijolos.

É importante iniciar pontuando que cânhamo e maconha pertencem à mesma espécie (Cannabis sativa), embora sejam variedades originais de diferentes cruzamentos e seleções. A maconha possui porcentagens mais altas, de até 20%, de THC (tetra-hidrocanabinol), que é a principal substância psicoativa, localizada sobretudo na flor da planta. O cânhamo industrial, por sua vez, é cultivado por suas sementes, fibras e caule, e contém cerca de 0,3% de THC, que não é suficiente para surtir algum efeito em uma pessoa.

O cânhamo demanda pouca água para crescer e, portanto, não requer irrigação artificial, e cresce aproximadamente 50 vezes mais rápido que uma árvore. Após colhidas e cortadas, as plantas são secas por alguns dias antes de serem agrupadas e despejadas em recipientes com água, o que incha os caules. Quando secas, as fibras podem servir, entre outros usos, para a produção de papel, tecidos, cordas, embalagens biodegradáveis, biocombustível e materiais de construção. Nesse último caso, o material pode ser utilizado como um isolante termoacústico, tal qual uma lã de vidro ou rocha, ou como o concreto de cânhamo, muito chamado de hempcrete ou hemp concrete. Usando betoneiras, mistura-se o cânhamo, calcário em pó e água, para obter uma pasta espessa. Através de reações químicas entre os componentes, a mistura se petrifica e transforma-se em um bloco leve, porém bastante resistente. Para a confecção de paredes, a mistura pode ser disposta como blocos, pulverizada ou despejada em formas lineares, no mesmo método das paredes de taipa.

A inovação envolvendo o concreto de cânhamo como material de construção é sua função como um material de desempenho múltiplo, substituindo inteiramente os agregados minerais, usados em concretos convencionais, enquanto em aplicações históricas as fibras naturais eram adicionadas principalmente em quantidades escassas a concretos e argamassas, por exemplo. para evitar retrações em gesso ou tijolo de barro. [3] Quando curado, retém uma grande quantidade de ar, com uma densidade que equivale a 15% do concreto tradicional, sendo portanto um ótimo isolante térmico e acústico. Uma característica interessante é que se trata de um material ao mesmo tempo isolante térmico e com boa inércia térmica [4]. Ou seja, ainda que leve e poroso, o Hempcrete pode armazenar rapidamente energia, mas liberá-la paulatinamente, sendo uma opção interessante para climas com alta variação de temperatura entre dia e noite. Também apresenta boa resistência ao fogo, é atóxico e possui resistência natural ao mofo e insetos. Há pesquisas, inclusive, que apontam o hempcrete como um material carbono-negativo, que além de compensar o que é emitido na sua produção, chega a estocar carbono.

Para atingir suas propriedades termoacústicas, o material necessita “respirar”, isto é, ter interação entre ambiente interno e externo – isso permite que o cânhamo absorva e disperse o vapor de água (umidade), e amorteça as flutuações de temperatura. Assim, as paredes de hempcrete podem até receber revestimentos, contanto que eles permitam essas trocas.

O desempenho mecânico do concreto de cânhamo é, entretanto, bastante inferior ao concreto tradicional ou ao aço. Tem resistência a compressão de 2 MPa, quando não excede uma densidade de 1000 kg / m2, o que é comparável a tijolos de adobe, por exemplo. [3] Funciona melhor como uma vedação do que como paredes auto-portantes. Outras desvantagens em relação a alvenarias comuns é o tempo de cura, o que pode ser amenizado com o uso de tijolos. Além disso, continua sendo um produto mais caro e há pouca disponibilidade de informações e mão-de-obra para trabalhar com esta nova tecnologia.

Ainda que isso esteja mudando aos poucos, grande parte da carência de estudos técnicos sobre esse material ocorre por conta de legislações. A história mostra que, mais do que por evidências científicas, a guerra contra a cannabis foi motivada por fatores raciais, econômicos, políticos e morais. E a mesma proibição à droga muitas vezes vale às plantas que não serviriam para o uso recreativo. Aos poucos, o mundo vem reconsiderando algumas proibições e há países com legislações que permitem o cultivo de plantas de cannabis para uso medicinal e até mesmo recreativo. Atualmente o principal produtor mundial de cânhamo é a China, que cultiva mais de 70% do total mundial, mas há outros países com produções relevantes.

Pesquisas, teste e experimentações são imprescindíveis para tornar esse material tão promissor mais popular e barato para um uso massivo na construção civil. E, talvez, fazer com que uma das plantas cultivada há mais tempo pela humanidade possa se tornar um material de construção sustentável e eficiente do futuro.

Notas

[1] The People’s History. The Thistle. Volume 13, Number 2: Sept./Oct., 2000.
[2] Hemp users’ stories and its use as a medical remedy. MMedics
[3] Monika Brümmer, Mª Paz Sáez-Pérez, and Jorge Durán Suárez. Hemp Concrete: A High Performance Material for Green-Building and Retrofitting.
[4] Komsi, Jere. Thermal Properties of Hempcrete, a Case Study. Helsinki Metropolia University of Applied Sciences

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/944292/concreto-de-cannabis-das-pontes-romanas-a-um-possivel-material-do-futuro?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

UFPB cria inseticida de sisal que mata mosquito da Dengue

sisal

No meio de toda essa “panloucura” de cunho muito mais político do que de saúde pública, eis que vem uma excelente notícia da qual compartilho. O legal é que vem da Universidade onde concluí a minha graduação (UFPB) e trabalha com uma rústica planta do deserto, sisal -Agave sisalana – (prima do henequen mexicano Agave fourcroydes Lem.- matéria prima da tequila) cujo aproveitamento maior é a produção de carpetes, Baler Twine (cordas naturais para amarrar fenos) e cordas para amarrar navios.

Além do coronavírus, o Brasil também tem se preocupar com a Dengue e uma pesquisa feita na UFPB, Universidade Federal da Paraíba desenvolveu um inseticida à base de sisal, que mata rapidamente o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e a chikungunya.

E o melhor: o inseticida é barato, tem ação rápida e não é tóxico para outros animais.

A informação foi divulgada pela UFPB, que conduziu as pesquisas em parceria com a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

Como

O inseticida é produzido a partir do extrato de agave (sisal), planta cultivada em regiões semiáridas.

A planta é utilizada em sua versão híbrida, uma variante melhorada geneticamente em laboratório, para obter uma planta mais resistente a pragas.

A universidade afirmou que a eficácia do inseticida já é comprovada para eliminar o mosquito Aedes aegypti em qualquer uma de suas fases de vida (ovo, larva, pupa ou adulto).

Produção

O próximo passo é conseguir empresas que possam produzir esse inseticida em escala comercial.

“Nem a UFPB e nem a Embrapa têm condições de produzir, de tornar o inseticida comercializável. Então, para isso, precisamos de um agente externo, que seria uma indústria”, explica a pesquisadora Fabíola Cruz, coordenada da pesquisa e professora do Departamento de Biologia Celular e Molecular da UFPB.

Segundo ela, a Agência de Inovação Tecnológica (Inova) está fazendo essa articulação com o setor privado.

Se tudo der certo, também haverá geração de renda para os produtores de sisal na Paraíba.

“Hoje, os produtores que vivem da cultura do sisal têm a sua renda muito diminuída porque a planta vem perdendo importância. Já teve muita relevância no passado, porque a fibra do sinal era muito utilizada na indústria, e hoje está sendo substituída por fibra sintética. Quando a gente faz uma descoberta como essa, isso volta a tornar o sisal importante”, concluiu a professora.

Com informações da CNN e UFPB

Fonte: https://www.sonoticiaboa.com.br/2020/07/09/ufpb-cria-inseticida-sisal-mata-mosquito-dengue/

POSSÍVEIS PISTAS DO PARADEIRO DE CLEÓPATRA SÃO ENCONTRADAS EM TEMPLO

Apesar de ser considerada uma das maiores líderes que o Egito já viu, a imponente tumba da faraó segue um mistério até hoje.

cleopata

Após 14 anos explorando o sítio arqueológico de Taposiris Magna, no Delta do Nilo, a arqueóloga Kathleen Martinez se emocionou ao encontrar duas múmias dos tempos de Cleópatra. Para a cientista, os fósseis são pistas para o paradeiro da poderosa faraó.

Morta em agosto de 30 a.C., a líder egípcia foi sepultada em uma localização desconhecida que segue um mistério até hoje. Dessa forma, a descoberta das duas múmias no templo construído para Cleópatra é de extrema importância.

Enterrados há mais de 2 mil anos, os fósseis foram encontrados em péssimo estado de conservação, já que sua tumba foi inundada em períodos de chuvas por décadas. Ainda assim, os cientistas conseguiram identificar algumas características decisivas.

Segundo Kathleen, os indivíduos encontrados faziam parte da elite egípcia durante a vida e podem até ter frequentado o círculo social de Cleópatra. Evidências mostram que ambos foram cobertos com folhas de ouro, um luxo reservado ao sepultamento de membros do alto escalão da sociedade da época.

Nesse sentido, os arqueólogos sugerem que as duas pessoas, que ainda devem ser identificadas, tinham um papel fundamental na manutenção do poder dos faraós. Eles poderiam, inclusive, fazer parte do clero.

Ainda em Taposiris Magna, um impressionante altar foi encontrado pelos cientistas. Nele, cerca de 200 moedas apresentavam o nome e o rosto de Cleópatra, mais uma pista que liga o sítio arqueológico à imponente líder egípcia.

Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/possiveis-pistas-do-paradeiro-de-cleopatra-sao-encontradas-em-templo.phtml

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Saiba mais sobre a Cleópatra por meio de grandes obras disponíveis:

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Dubrovnik, a cidade medieval que inventou a quarentena = Dubrovnik: The medieval city designed around quarantine

To read in English, please type: http://www.bbc.com/travel/story/20200421-dubrovnik-the-medieval-city-designed-around-quarantine

A cidade medieval de Dubrovnik, na Croácia, coleciona qualidades. Cercada por uma antiga muralha e um mar de águas azuis que encantam quem a visita, durante a Idade Média foi a única cidade-estado com vulto suficiente para rivalizar com Veneza.

Outro aspecto que poucos conhecem é que a Pérola do Adriático, como é conhecida a cidade croata, foi o primeiro município europeu de que se tem notícia a implementar uma quarentena inteligente e a construir espaços de isolamento no combate às grandes doenças que afligiram a humanidade. É o que afirmam o arqueólogo Ante Milošević e a médica Ana Bakija-Konsuo no livro “Lazaretto em Dubrovnik: O início do regulamento de quarentena na Europa”.

No século 14, uma das épocas da hanseníase, Dubrovnik ainda era chamada de Ragusa e foi o primeiro porto do Mediterrâneo a isolar pessoas, animais e mercadorias provenientes de áreas infectadas por mar ou terra, mantendo-os separados da população saudável, como conta Ana em entrevista a BBC. Ela compara: enquanto Veneza parou todos os navios e comércio, interrompendo a vida na cidade.

A cidade croata aprovou uma lei inovadora para a época: para impedir a propagação da pandemia, todos os navios e caravanas que chegassem de áreas infectadas deveriam se submeter a um isolamento de 30 dias do lado de fora das muralhas para desinfecção.

Sistema de quarentena criado em Dubrovnik foi copiado por todo o mundo até hoje. Foto: Bigstock, cortesia de Haus
Sistema de quarentena criado em Dubrovnik foi copiado por todo o mundo até hoje. Foto: Bigstock, cortesia de Haus

Além de impor punições e multas rígidas aos infratores, foi necessário construir toda uma infraestrutura própria. A República de Ragusa ergueu um vilarejo de pequenas casas de pedra, batizados de Lazarettos, em homenagem ao padroeiro dos leprosos (São Lázaro), que hoje são uma atração turística e sede de um centro de folclore da região. Até as moradias ficarem prontas, os viajantes ficavam em cabanas de madeira que depois eram queimadas.

“Dubrovnik implementou um método que não era apenas justo, mas também muito sábio e bem-sucedido, e prevaleceu em todo o mundo”, escreve Milošević no estudo.

Ninguém sabe exatamente por que o período de isolamento foi alterado de 30 para 40 dias. Alguns sugerem que 30 dias foram considerados insuficientes para impedir a propagação da doença, pois o período exato de incubação era desconhecido. Outros acreditam que a quarentena de 40 dias estava relacionada à observância cristã da quaresma. Outros dizem que os 40 dias são baseados em relatos bíblicos como o grande dilúvio, Moisés ficar no monte Sinai ou os 40 dias de Jesus no deserto.

Veneza oficializou os 40 dias em 1448, quando o senado veneziano acrescentou 10 dias à regra de quarentena de 30 dias para os navios que entravam em seu porto. Em Dubrovnik, o governo chegou à ideia de quarentena como resultado de sua experiência em isolar as vítimas de hanseníase para evitar a propagação da doença, como afirma Ana no estudo.

Em 12 de fevereiro de 1590, o Senado de Dubrovnik decretou que o último lazaretto fosse construído em Ploče, a entrada leste da Cidade Velha. A construção do complexo de lazaretto foi concluída por volta de 1647. Em 1724, o Senado a proclamou parte integrante das fortificações da cidade.

“O Lazaretto preservou sua função original muito depois da queda da República de Dubrovnik, mas não temos certeza sobre o ano em que foi abolido como instituição de saúde; de acordo com o Arquivo Nacional em Dubrovnik, foi por volta de 1872”, diz Ana a BBC.

“Este impressionante edifício de pedra representa não apenas um complexo arquitetônico único, mas também uma instituição que melhor descreve a rica herança médica da antiga Dubrovnik.”

Via Haus

Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/940796/dubrovnik-a-cidade-medieval-que-inventou-a-quarentena?utm_medium=email&utm_source=ArchDaily%20Brasil&kth=830,995

Fonte: http://www.bbc.com/travel/story/20200421-dubrovnik-the-medieval-city-designed-around-quarantine

NASA descobre possível universo paralelo onde o tempo passa ao contrario = Has NASA Found A Parallel Universe ‘Where Time Flows Backwards?’ The Truth Behind The Headlines

Universo paralelo? O que está por trás da descoberta sobre neutrinos

To read in English, please type: https://www.forbes.com/sites/jamiecartereurope/2020/05/21/has-nasa-found-a-parallel-universe-where-time-flows-backwards-the-truth-behind-the-headlines/#3d9cf0e1646d

Na tarde de quarta-feira, 20, uma notícia sobre um possível universo paralelo ganhou espaço em jornais e nas redes sociais ao redor do mundo. Um grupo de cientistas, financiado pela Nasa, mas sem relação direta com a agência americana, encontrou uma anomalia em neutrinos tau, partículas de alta energia, mais pesadas, saindo da Terra.

Uma das hipóteses levantadas pelos cientistas é que as partículas estavam se comportando como se estivessem em uma linha do tempo inversa. Para Peter Gorham, físico experimental de partículas da Universidade do Havaí, que participou da pesquisa, isso poderia ser um indício de um universo paralelo que funciona num tempo contrário do nosso. Depois da publicação, não demorou para que outros cientistas rebatessem a teoria.

O suposto “universo paralelo” está localizado na Antártica e foi encontrado com ajuda da Antena Impulsiva Transiente da Antártica (Anita). A teoria é apenas uma das várias que os pesquisadores estão estudando para entender melhor o fenômeno — e uma das últimas a ser considerada, mas a ideia ganhou força nas redes sociais. Contudo, os cientistas ainda não sabem exatamente com o que estão lidando. No release sobre o estudo, eles afirmam que “outras explicações para sinais anômalos – possivelmente envolvendo físicas exóticas – precisam ser considerados”.

Ibraham Safa, um dos cientistas que participou da pesquisa, postou em seu perfil no Twitter que “os neutrinos foram provavelmente um resultado dos nossos entendimentos imperfeitos do gelo da Antártica, mas há uma chance de que um novo fenômeno da física é o responsável”, mas que, não necessariamente, se trata de um novo universo. “Os eventos da Anita são interessantes, mas estamos longe de garantir que há uma nova física, quem dirá um universo inteiro”, tuitou ele.

Thiago Gonçalves, coordenador da comissão de imprensa da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e professor de astrofísica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a chance de esse universo existir é muito pequena, se é que realmente existe. “Essa história de universo paralelo é uma explicação bastante exótica e foge do que seria esperado. De todas as teorias para explicar o resultado, essa é a menos provável de todas”, afirmou ele em entrevista à EXAME por telefone.

Uma das hipótes é que, no momento da explosão do Big Bang, dois universos foram criados. O primeiro é o que conhecemos, e o segundo, sob a perspectiva do tempo na Terra, está indo ao contrário. Se esse universo realmente existir e for habitado, nosso planeta estará contrário a ele.

Em entrevista à revista científica New Scientist em abril, Gorham afirmou que “nem todo mundo está confortável com essa hipótese” e até mesmo cientistas do grupo dele não confiam 100% na teoria.

Sobre a publicação do estudo, Gorham disse à New Scientist que se sente “relutante” por não ter nenhuma confirmação ainda sobre a existência do segundo universo. “Não sabemos como representar isso ainda, mas temos algo”, disse ele.

Gonçalves e outros profissionais da área usaram a seguinte frase do cientista americano Carl Sagan para explicar o assunto: “Afirmações extraordinárias requerem evidências extraordinárias” — e não foi esse o caso. “Existem muitas outras explicações mais prováveis antes dessa [do universo paralelo]. Ainda não temos todas as evidências extraordinárias para essa comprovação”, garantiu.

No fim das contas, pode ser tudo sobre gelo — e não sobre demogorgons em Stranger Things.

Confira os três estudos que foram usados para chegar nesta teoria:

Estudo sobre neutrinos | Descobertas da Anita | Características dos eventos encontrados pela Anita 

Fonte: https://exame.com/ciencia/nasa-descobre-possivel-universo-paralelo-onde-tempo-passa-ao-contrario/